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Por que Juma, de “Pantanal”, não aparece nua na versão da TV Globo

Pesquisadora em teledramaturgia, Ana Paula Gonçalves defende que emissora não quer “polemizar com a atualidade”. Papel de Alanis Guillen está mais careta

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2022, 14h50 - Publicado em 6 Maio 2022, 14h00

Esqueça os banhos de rio à exaustão, as cenas de sexo acaloradas e a nudez de Juma Marruá (interpretada por Alanis Guillen). “Pantanal” na versão global de 2022 está mais careta e conservadora. E parece que a mudança de rumo tem surtido resultado. É motivo de comemoração na emissora carioca a audiência crescente de “Pantanal”. No ar há cinco semanas, a trama tem média de 27,5 (SP), cinco a mais do que a anterior, “Um lugar ao sol”. Ainda assim, não supera as reprises que foram ao ar durante a pandemia – “Império”, por exemplo, marcou 27,90.

Quem acompanhou a primeira versão da novela, em 1990, na extinta TV Manchete, com texto de Benedito Ruy Barbosa, com certeza se lembra de Juma (então vivida por Cristiana Oliveira) nadando nua nos rios – cena que ela repete na piscina do namorado Jove (interpretado por Marcos Winter), assim que a leva ao Rio de Janeiro, o que escandaliza toda a família. Na TV Globo, em texto adaptado por Bruno Luperi, esqueça seios à mostra no calor mato-grossense ou sob escaldante sol carioca.

Na cena que foi ao ar nesta quinta-feira, 5, por exemplo, Juma e Jove (Jesuíta Barbosa) trocam beijos e carícias durante um banho de rio ao amanhecer. Apenas as cabeças do casal estão para fora d’água. A sensualidade de corpos visíveis tão presente na primeira versão deu lugar a um romantismo encaretado na roupagem contemporânea.

Ana Paula Gonçalves, pesquisadora de teledramaturgia pela PUC-Rio, defende que não foi só “Pantanal” que encaretou ao longo desses últimos trinta anos que separam as duas versões da novela, mas a televisão aberta como um todo. “As novelas do final da década de 1980 foram produzidas num país que experimentava a liberdade pós-ditadura militar e a TV, que foi tão vítima da censura, viu no seu principal produto uma fonte de inovação. Em ano de eleições, com o país tão polarizado, foi uma escolha confortável da emissora em revisitar um grande folhetim, sem polemizar com a atualidade”, diz.

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Para a especialista, essa escolha pode estar relacionada com a baixa audiência de “Amor de Mãe”, muito elogiada pela crítica especializada, mas que polemizava demais com a nossa realidade política. Outra novela que nos tempos atuais seria um problema, a seu ver, é “Vale Tudo” (1988). “Não consigo imaginar sendo produzida hoje. Por isso esta versão de ‘Pantanal’ foca em tudo que fuja de política em ano de eleição”, diz a pesquisadora.

Recentemente a personagem Juma apareceu armada em algumas cenas. Bolsonaristas usaram essa imagem da ficção para defender a política do armamento nas redes sociais. Não significa que Juma esteja atualizada com os dilemas atuais no Brasil, mas um exemplo de como as imagens são descontextualizadas. “Juma é uma personagem selvagem, que vive em ambiente repleto de homens e animais, hostil a mulheres. Ali, a presença de armas é cultural. Trazer Juma e sua arma para defender política de armamento não faz sentido. Se a Juma atual é pacificadora ou bolsonarista, é cedo para dizer”, comenta Gonçalves.

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