Roteiro de rodas de samba cariocas: até a preferida de Humberto Carrão
Intérprete de Afonso Roitman, em ‘Vale Tudo’, alterna gravações com a música

Desde o início de Vale Tudo, uma das marcas registradas de Afonso Roitman é a rotina típica de um herdeiro: batendo ponto em pistas de corrida, em sessões de academia e em aparições pontuais na empresa da família. Fora da ficção, no entanto, Humberto Carrão – que interpreta o personagem – leva uma vida bem diferente. Nas folgas da gravação, o ator troca os treinos pelo ritmo dos tantãs e é presença certa em diferentes rodas de samba do Rio de Janeiro. Algumas dessas participações, inclusive, são registradas pelo próprio em suas redes sociais. A coluna GENTE selecionou alguns espaços, da zona sul à zona norte da cidade, que ajudam a entender, ao som de boa música, por que o samba conquistou o coração do artista.
Samba do Trabalhador. Uma das mais tradicionais do Rio, a roda é comandada pelo mestre Moacyr Luz no Renascença Clube, no Andaraí. Além da música de qualidade, chama a atenção pelo dia: ela acontece toda segunda-feira, a partir das 16h. E quem acha que isso é motivo de espanto, engana-se – faça chuva ou sol, o local está sempre lotado.
Gloriosa. Uma vez por mês, aos domingos, Paulão 7 Cordas reúne um grupo para tocar na Praça Edson Cortes, na Feira da Glória. O evento fez parte da revitalização do bairro, um dos mais tradicionais do Rio. Os interessados em acompanhar podem reservar mesas ou simplesmente soltar a voz em torno da toda.
Bip Bip. Tradicional bar da zona sul carioca, localizado em Copacabana, foi fundado por Alfredinho, como era popularmente chamado Alfredo Jacinto Melo, que morreu no Carnaval de 2019. Desde então, o pequeno espaço é tocado por funcionários e amigos – anônimos e famosos – e oferece uma programação com muito samba e choro. Mas sem aplausos para não irritar a vizinhança.
Pedra do Sal. Às segundas e sextas-feiras, a partir das 18h, o Largo João da Baiana, aos pés do Morro da Conceição, é palco da clássica roda. A tradição começou como um refúgio para negros, escravizados e brancos pobres, e hoje recebe uma roda considerada democrática, sem cobrança de ingresso, nem lugar reservado. Quem quiser é só chegar, cantar ou simplesmente acompanhar a roda.
Beco do Rato. Em um beco aos pés da Ladeira de Santa Teresa, na boêmia Lapa, há o bar que oferece uma programação intensa de samba, de terça a domingo, levando aos microfones sucessos eternizados por Beth Carvalho, Wilson Moreira e Moacyr Luz. A casa fica em uma área revitalizada, na Joaquim Silva, e abre de terça a domingo.
Samba Pra Roda. No Santo Cristo, o Centro Cultural do Capibaribe 27 recebe os fãs do cavaquinho aos domingos. O espaço é conhecido por protestar contra pautas relacionadas à política. Recentemente, por exemplo, quando o presidente dos Estados Unidos anunciou o tarifaço contra o Brasil, uma enorme bandeira era exibida com a frase “Aqui americano pró-Trump paga 50% de taxa”. A imagem viralizou nas redes sociais e também chamou atenção pela presença do intérprete de Afonso Roitman.
Alfa Bar e Cultura. Referência no mundo cervejeiro e cultural do Centro do Rio, na Rua do Mercado, o restaurante abre espaço na área aberta e sob uma lona, músicos se reúnem para compartilhar o gosto pelas canções entre uma multidão de fãs.
Samba da Volta. Aos sábados, a rua da Constituição, 54, recebe este clássico, que começou na Rua do Ouvidor, mas trocou de espaço após um período. Em edições especiais, o evento já tomou a quadra da Mangueira, passou pelo Beco do Rato e fez parte de shows de Jorge Aragão.
Vaca Atolada. Aqueles que são da turma inimigos do fim podem terminar a noite no bar localizado no berço da boemia carioca, Lapa. Mas os interessados em ver o tamborim de perto devem chegar com antecedência, uma vez que os lugares ao redor dos músicos são bastante disputados. Afinal, ninguém quer perder o bom samba de raiz.
*Com Tatiana Moura