O skate entrou na vida de Leticia Bufoni de forma inusitada. Aos 10 anos, a garota jogava futebol com os meninos e se sentiu só quando o time dela trocou a bola pelo esporte de rodinhas. “Aprendi rápido”, lembra. O pai foi contra, e chegou a quebrar seu skate. “No dia seguinte, já estava com outro”, conta. Aos 27, ela é a mulher com mais medalhas no X Games, maior vitrine do skate no mundo, e foi pioneira em levar a moda feminina para as pistas. “As meninas vestiam calças e camisetas largas. Fui competir maquiada e arrumada”, diz. Leticia afirma também ter um lado masculino forte: “Tenho tatuagens e amo jogar futebol. Mas sou menina”.
Publicado em VEJA de 9 de setembro de 2020, edição nº 2703