Sonia Guajajara e Juma Xipaia: ‘Riqueza não é soja, não é ouro’
Ministra dos Povos Indígenas e Secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas (Seart) se tornaram imortais na Academia Brasileira de Cultura
Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, e a ativista e cacica Juma Xipaia, secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas (Seart), se tornaram imortais pela Academia Brasileira de Cultura (ABC) nesta terça-feira, 14, na Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro. Elas são as primeiras indígenas a ocuparem cadeiras vitalícias na instituição, fundada em 2021 com o objetivo de fortalecer o setor cultural no Brasil, unindo personalidades de diversas esferas artísticas.
“Nós, mulheres indígenas, também podemos estar na mesa, também podemos estar nos púlpitos. Para nós, 2023 é um marco na história do Brasil, na história da política brasileira, na história dos povos indígenas. Então, hoje é um complemento para mim de 2023, por estar ocupando essa cadeira de imortal. Estamos em um momento de reconstrução. E o convite que faço é para o reflorestamentos, reflorestando as mentes nós vamos conseguir reflorestar os territórios no mundo”, declarou a ministra dos Povos Indígenas.
A cacica Juma Xipaia, que recebeu a condecoração com o filho de meses no colo, reforçou a fala da ministra sobre o movimento de reconhecimento da cultura indígena. “Eu vim de um povo que foi considerado extinto. Mas nós existimos. Estamos aqui e temos a nossa cultura. E um povo sem cultura é um povo sem raiz. E no Brasil, a maioria renega as suas raízes e desconhece a sua cultura. Riqueza não é soja, não é ouro que sai do território”.