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‘Uma das partes mais importantes de Vai na Fé é afirmação do país laico’

Samuel de Assis celebra 20 anos de carreira e comemora diversidade na TV

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 abr 2023, 17h00

Samuel de Assis, 40 anos, nascido em Aracaju (SE), vive o primeiro protagonista da carreira, o milionário advogado Benjamin de Vai na fé, novela das 7 da Globo. O ator comemora seus 20 anos de trajetória, passando pelo teatro e projetos nos streamings. Agora, na TV aberta, celebra conquista do espaço em nome da diversidade da qual faz parte.

Você já fez muitas séries, peças, mas nunca TV Aberta. Qual é a grande diferença? A diferença é o alcance imediato que a TV aberta tem, uma resposta imediata impressionante. Além disso, o fato de ser uma obra aberta, a gente não tem certeza para onde vai. A gente tem que jogar com a audiência, com o público, com as pesquisas e ir se adaptando. Isso torna muito difícil e desafiador. Era um lugar desejado (por mim), sim.

Você costuma dizer em entrevistas que vê paralelos entre o seu personagem e você. Mas quais seriam as diferenças? Costumo dizer que o Benjamin me ensinou a ser mais centrado, sou muito para fora, né? Sou extrovertido e o Benjamin é mais focado. Isso me mudou, fiquei tantos meses nessa preparação de achar esse lugar que tenho me tornado cada vez mais focado. A gente anda se encontrando nesses lugares. Temos muito mais semelhanças, essa coisa idealista, de correr atrás do que se sonha, de estar sempre insatisfeito por querer mais.

Uma das cenas que você protagonizou e que teve repercussão foi a da cerimônia de Candomblé. Como foi o preparo para a cena? Eu sou do Candomblé. Foi lindo, quando assisti à cena, fiquei emocionado porque a minha mãe de santo é de Xangô. A cena era ritual para Xangô. Foi lindo fazer, de verdade. Samuel estava emocionado, para além do Benjamin. A minha casa fica em São Paulo, a gente faz o Amalá de Xangô praticamente todas as quartas-feiras. Faz muito parte de mim isso, por isso a emoção.

Pode explicar um pouco mais? O ritual é muito comum, de rodar o Amalá de Xangô, o Amalá é a comida de Xangô. Acontece semanalmente. Para quem é do candomblé, é um ritual que todo mundo está acostumado a fazer. A diretora é do candomblé, eu sou do candomblé, todos os figurantes eram filhos de santo da casa. Então a gente não teve uma grande preparação, todos sabiam o que estavam fazendo. Por isso ficou tão de verdade.

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Já passou por alguma situação de intolerância? Não que eu saiba. Mas todo mundo sabe que sou do Candomblé, não é coisa que eu esconda, falo para todo mundo. Alguém pode ter revirado os olhinhos e ter feito comentários, sem que eu ficasse sabendo depois. Mas tantos irmãos meus já passaram por situações dessas… A gente vê isso todos os dias. Seja na televisão, na vida real, na esquina, na padaria, nos terreiros…

A novela representar diferentes religiões é uma quebra de paradigma? Mostrar em uma novela, na TV aberta, uma cena linda como aquela, de um ato religioso como outro qualquer, de forma respeitosa como foi feita, só engrandece não só minha religião, como todas as demais. É a afirmação de que o Brasil é um país laico e a gente pode ter a religião que quiser. É essa mensagem da novela. A gente tem protagonista evangélica, essa cena do Candomblé e outras virão por aí, tem os rituais xamânicos no espaço Refúgio Lumiar… É uma das partes mais importantes da novela, a afirmação do país laico.

Essa novela é um marco na questão da representatividade? Totalmente. A gente tem 70% do elenco negro, além de diretores e produtores negros, tem negros em todos os departamentos. E isso é um marco na televisão brasileira. A gente sempre esteve em papéis marginalizados, isso é o comum, e agora uma novela com pessoas bem-sucedidas. Advogado, milionário, família bem estruturada…

Com 20 anos de carreira, que balanço faz dessa trajetória? Um balanço muito feliz, sou menino preto, nordestino, que saiu de Aracaju com 17 anos para tentar carreira de ator. E nesses tempos, tenho dezenas de peças no currículo, 16 séries em todos os streamings no Brasil, e estou fazendo meu primeiro protagonista na TV aberta. Sou uma pessoa muito feliz na carreira.

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Nascido em Aracaju e depois morando em Salvador, o sotaque foi algo que te atrapalhou?

Lá atrás, nos anos 2000, quando comecei, o sotaque estava forte, era recém-chegado do Nordeste. E alguns cursos de teatro implicam muito, falavam que tinha que neutralizar. Depois me arrependi amargamente, acho xenofobia absurda. Mas na época eu era menino, me deixei levar por isso. Hoje acho péssimo, jamais daria esse conselho para alguém. É perigoso e violento.

Samuel Assis –
Samuel Assis – (Catarina Ribeiro/Divulgação)
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