A supressão do nome de um personagem central, ou de uma testemunha-chave, é um procedimento usual em processos judiciais sigilosos. No caso que levou à condenação do ex-médico da federação americana de ginástica Larry Nassar a mais de 300 anos de prisão, a “Atleta A” é Maggie Nichols, violentada diversas vezes por Nassar desde os 15 anos de idade. A decisão de denunciar seu monstro particular, em 2015, custou à jovem uma carreira promissora — os dirigentes, que sabiam do comportamento do médico, preteriram o nome de Maggie da lista de ginastas convocadas para os Jogos do Rio-2016. O documentário de Bonni Cohen e Jon Shenk dá voz a ela e a outra dezena de meninas que têm em comum o mesmo histórico devastador de abusos sofridos nas mãos do médico na transição da infância para a adolescência. Embora traga detalhes horripilantes, o filme se faz necessário por jogar luz sobre um problema grave e infelizmente ainda frequente no esporte. Disponível na Netflix.
https://www.youtube.com/watch?v=rGZG90Cr5zY