A realidade é matéria-prima para duas novelas menos conhecidas de dois autores clássicos da literatura americana. F. Scott Fitzgerald toma como ponto de partida a experiência que teve ao trabalhar em um rancho de Montana, na adolescência, para golpear o sonho americano em O Diamante do Tamanho do Ritz, que ganha edição agora pela série A Arte da Novela, da editora paulistana Grua. O livro conta a história de um garoto do Mississipi que vai estudar em uma escola de alunos muito, muito ricos em Boston e lá recebe o convite de um novo amigo para passar o verão na casa de sua família, no Oeste — família que é dona do tal diamante do título, cuja riqueza vai espantar o protagonista. E Herman Menville reconstitui em Benito Cereno um episódio verídico que ocorreu em 1805 com o capitão americano Amasa Delano, que mais tarde o narrou em suas memórias, lançadas em 1817. Delano estava com seu navio caça-focas na costa chilena quando avistou por entre a neblina uma embarcação espanhola que levava escravos para o Peru, e enfrentava imensas dificuldades, provocadas pelas tempestades encontradas no alto-mar, as doenças e a falta de alimentos para a tripulação. À medida que o comandante desse navio, Benito Cereno, narra suas desventuras, a novela mergulha em um clima de tensão e mistério.