A editora Companhia das Letras lançou nesta semana o livro Da Poesia (616 páginas/ 64,90 reais), que revisa e reúne todas as poesias escritas por Hilda Hilst (1930-2004) em um único volume. A edição ainda é completada por desenhos de Hilda, um posfácio inédito de Victor Heringer, textos de Lygia Fagundes Telles, Caio Fernando Abreu e uma entrevista que a escritora deu a Vilma Arêas e Berta Waldman, publicada no Jornal do Brasil, em 1989.
Essa não é a primeira retomada editorial da obra da escritora paulista: em 2000, quando a escritora tinha 70 anos, a Globo começou a publicar suas obras completas com organização do crítico literário Alcir Pécora, processo que terminou em dezembro de 2014 com Pornô Chic. Da Poesia é, porém, a primeira reunião de seus 25 livros de poemas (entre Presságio, de 1950, e Cantares do sem Nome e de Partidas, de 1995) em um mesmo tomo.
Multi-facetada, Hilda Hilst não escreveu apenas poesia, gênero em que iniciou carreira. Ela também assinou peças de teatro e livros de ficção, que publicou em pequenas tiragens entre 1950 e 1995, graças ao entusiasmo de editoras independentes. Foi com as edições da editora Globo que a escrita da paulista, até então considerada marginal, passou a ter ampla divulgação e a receber o interesse de leitores e estudiosos.
A poesia de Hilda explora a morte, a solidão, o amor erótico, a loucura e o misticismo, fundindo o sagrado e o profano, e firmando a autora como uma das vozes mais transgressoras da literatura brasileira do século XX.