Turma da Mônica lida com as dores do crescimento em novo e adorável filme
Em 'Turma da Mônica - Lições', o diretor Daniel Rezende traz de volta aos cinemas personagens de Mauricio de Sousa em uma trama sobre o rito de amadurecer
Preservados pela eterna juventude dos quadrinhos, os personagens da Turma da Mônica há seis décadas ocupam o posto de crianças mais populares da cultura brasileira. Nem a HQ que traz o quarteto formado por Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão em versão jovem foi suficiente para ofuscar a popularidade dos gibis de aventuras pueris, que retratam uma infância quase fantasiosa para os dias de hoje, com muito ar livre e poucos celulares nas mãos. Assim, foi um desafio razoável para o diretor Daniel Rezende transpor nomes tão icônicos para o cinema, em 2019, no filme Turma da Mônica – Laços, e ainda mais complicado lidar com uma simples realidade para a continuação: os atores cresceram. A boa surpresa é que ambos os desafios foram cumpridos com louvor. Chega nesta quinta-feira, 30, aos cinemas, Turma da Mônica – Lições, um belíssimo filme sobre as dores e as alegrias do crescimento.
A trama bebe, novamente, de uma HQ assinada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, inspirados nos personagens criados por Mauricio de Sousa. Retornam ao elenco Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) em uma trama de contornos mais dramáticos, porém, sem perder o encanto e a doçura original da turma. O quarteto se mete em uma encrenca ao tentar fugir da escola por causa de um dever de casa atrasado. Como resultado, os pais decidem que é hora de diminuir o tempo em que o grupo passa junto. Cascão vai parar em aulas de natação. Magali começa um curso de culinária. Cebolinha visita a fonoaudióloga. E Mônica sofre a consequência mais drástica: uma mudança de escola. Em um ambiente completamente novo, a líder do grupo se sente deslocada e sozinha. Aos poucos, entre encontros e desencontros, a relação com os amigos vai ficando cada vez mais difícil — o que gera algumas rusgas entre a garota e sua mãe, interpretada por Monica Iozzi.
O elenco adulto ganha então mais destaque. As brigas clássicas entre Cebolinha e Mônica são transferidas, de certa forma, para seus pais. Ao longo da história, as crianças não só aprendem sobre amadurecimento e o cultivo de novas amizades como também passam esse ensinamento adiante aos seus familiares. Além de Iozzi e Paulinho Vilhena, que vivem os pais da protagonista, a chegada de Isabelle Drummond como Tina ao elenco deu um toque especial à trama. A moça, popular nos quadrinhos, agora é a responsável por ajudar Mônica durante o rito de passagem da infância para a adolescência. Crescer é preciso — se for bem acompanhado, melhor.