Imagens do presidente eleito Jair Bolsonaro e de alguns aliados, incluindo futuros ministros, se espalharam pelas redes sociais por um motivo: as letras ao fundo de algumas cenas formariam palavras desabonadoras como “anta”, “verme”, “traição” e “transão”, a partir da frase “transição governamental”.
Parte dos internautas atribuiu a sopa de letrinhas a uma “genial” “trolagem” (ou seja, uma sacanagem) do fotógrafo, como no exemplo abaixo:
O fotógrafo da equipe do Bolsonaro tá de sacanagem ou tá com salário atrasado. #Anta #TraiçãoGoverna #Transão #CadeOQueiroz pic.twitter.com/TMvjr6edvs
— O mundo muda, só não mudam meus princípios! (@vando_correia) December 24, 2018
O youtuber Felipe Neto, com mais de 8 milhões de seguidores no Twitter, está entre os que comentaram a série:
https://twitter.com/felipeneto/status/1077029278791991296
Com a palavra, o fotógrafo: ele fez os enquadramentos de propósito?
“Não. Meu trabalho na transição é voluntário. Eu publiquei mais de 2.600 fotos e estão infelizmente falando dessas”.
Em alguns dos casos, a imagem que se tornou viral é um recorte malicioso da foto original publicada por Carvalho. Na versão abaixo, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, apareceria à frente de um mix de letras que resultaria na palavra “verme”:
A imagem original, publicada pelo fotógrafo, não provoca o mesmo efeito:
Outro exemplo: em alguns recortes nas redes sociais, a foto abaixo manteve apenas o acrônimo “traição”. Abaixo, a imagem completa:
Os dois exemplos abaixo estão dentro do quadro originalmente publicado. Elas foram apagadas na tarde desta segunda-feira, dia 24, em meio à repercussão:
Entre as centenas de fotos da página da equipe de transição do Flickr, que disponibiliza essas imagens de divulgação, há dezenas de outras com sopa de letrinhas ao fundo do quadro, mas que não formam palavra nenhuma.
“Nosso foco principal é mostrar à sociedade o trabalho desenvolvido no gabinete de transição, de forma transparente. O Rafael é um profissional excelente e tem feito um ótimo trabalho”, diz Gustavo Lopes, coordenador de comunicação da transição.