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Viver com Ousadia

Por Luana Marques Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A ansiedade pode se tornar sua maior força. A psicóloga Luana Marques, professora de Harvard, ensina como transformar o medo em ação e treinar a mente para vencer as incertezas pelo caminho.

Vou morrer amanhã, e agora?

Quando você começa a agir de acordo com o que realmente importa, nem todo mundo vai entender. Mas viver com ousadia é abrir mão de agradar o mundo inteiro

Por Luana Marques
22 ago 2025, 19h00

Se amanhã fosse seu último dia, o que você gostaria que dissessem sobre você?

Essa é uma pergunta que me faço bastante, especialmente sobre o que meu filho falaria sobre mim.

Ela não fala sobre a morte, mas da vida que escolhemos viver diariamente. E nem sempre essa vida reflete o que mais importa pra gente.

Existe um mito perigoso de que, quando você se alinha com o que é mais importante pra você, tudo flui. Que vem uma paz súbita, um momento de Buda, em que a ansiedade desaparece e o mundo entra em harmonia.

Mas a realidade é outra.

Viver de acordo com o que importa dá trabalho. Dói. Exige dizer “não” a prazeres fáceis, tolerar ansiedade, lidar com desconfortos e, às vezes, até com a cobrança das pessoas ao seu redor.

A equação da sua vida

Se quiser um exemplo simples, por que as pessoas frequentam academias e fazem exercício físico?

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Muita gente vai pelo motivo automático: quer emagrecer, entrar numa calça antiga, ou seguir uma dieta da moda. Outros tantos vão pelo motivo que a sociedade aplaude: “estou cuidando da minha saúde.” Parece bonito, certo?

Mas muitas vezes, até isso é só mais um dever imposto e um roteiro que você segue sem se perguntar se realmente faz sentido pra você.

O que raramente fazemos é parar e perguntar: por que isso importa para mim?

No meu caso, fui mãe aos 40. Eu detesto academia e, se fosse decidir com base no prazer do momento, jamais colocaria o pé lá.

Mas saúde, pra mim, é não-negociável. E não é porque me disseram que eu “tenho que” ser saudável. É porque eu quero estar viva e presente daqui a dez, vinte, trinta anos. Quero ver meu filho crescer, quero dançar no casamento dele e quero envelhecer lúcida.

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Eu não vou porque gosto, nem porque é prazeroso. Eu vou porque isso me aproxima do que importa.

Essa é a equação da sua vida. Nem sempre ela traz alívio agora, mas constrói um saldo que faz sentido depois.

Uma vida guiada pelo que importa não é prazerosa

Essa ideia vale pra absolutamente tudo na vida.

Quer um relacionamento com mais conexão? Vai ter que dizer “não” ao piloto automático, desligar o celular e escutar de verdade.

Quer crescer na carreira? Vai ter que encarar conversas difíceis, se arriscar e, talvez, abrir mão de segurança por um tempo.

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Quer ser uma mãe ou um pai mais presente? Vai ter que recusar alguns convites, deixar coisas “urgentes” de lado e repensar prioridades.

Fazer o que mais importa quase nunca é prazeroso. É escolher um “sim” que traz um “não” acoplado e, na maioria das vezes, o que você vai dizer “não” é exatamente aquilo que te traria prazer imediato, aceitação, descanso ou alívio.

Só que viver buscando alívio imediato cria um padrão: fugimos da ansiedade de agora, mas pagamos um preço depois. É o que chamo de evitação psicológica: quando tomamos decisões só pra escapar do desconforto imediato e essas pequenas decisões nos afastam, dia após dia, da vida que realmente gostaríamos de viver.

Escolher o que importa também significa desagradar

Quando você começa a agir de acordo com o que realmente importa, nem todo mundo vai entender. Aliás, muita gente ao seu redor pode reagir mal: alguns vão estranhar. Outros, julgar.

E muitas vezes, isso vem de quem você mais ama. Pode parecer que você está se afastando, ficando “diferente”, mais frio ou menos disponível. Mas isso não significa que você está errado. Na verdade, muitas vezes, é só um sinal de que você está mudando.

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Porque viver com ousadia é isso: abrir mão de agradar o mundo inteiro pra viver uma vida que faça sentido pra você. É sair do roteiro padrão e tomar decisões que seguem o que pulsa aí dentro.

Só depois de bancar suas escolhas no desconforto é que você entende: está vivendo com base no que realmente acredita e guiado pelos seus valores.

Mas identificar esses valores nem sempre é simples. Porque a sociedade tem uma lista pronta pra te oferecer: sucesso, respeito, família… e se você não tiver cuidado, pode passar a vida tentando cumprir os valores dos outros, não os seus.

Então hoje eu te pergunto: você sabe quais são os seus valores de verdade?

Ou melhor: se você continuar vivendo como está, vai se orgulhar do caminho que está trilhando?

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Me escreve no Instagram e para contar o que essa coluna te rez refletir?

Num próximo encontro por aqui, posso te mostrar como você identifica quais são seus verdadeiros valores, não os que a sociedade quer empurrar para você. Se quiser que eu escreva mais sobre isso, me avisa.

Até lá, pratique a coragem de escolher o que realmente importa, mesmo quando não for prazeroso.

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