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Entrega de jatos novos tem fila de até dois anos no Brasil

Com mercado aquecido, setor reúne os maiores expositores em São Paulo, na maior feira da América Latina.

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 ago 2024, 22h20 - Publicado em 6 ago 2024, 16h38
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  • No Brasil, chega a dois anos a fila de espera por aeronaves, principalmente de jatinhos com capacidade para 19 pessoas, cujo os valores beiram a casa dos 70 milhões de dólares. Mesmo depois de escoar a produção impulsionada pela pandemia, época marcada por um salto na demanda, a tendência de crescimento continua. Em 2022, quando as empresas entregaram a última leva dos produtos encomendados na Covid-19, a frota chegou a 9 607 aeronaves, e, em 2023, a 10 285 –um aumento de 6%. “O movimento reflete a confiança dos empresários na economia do país”, diz Flávio Pires, diretor geral da Associação Brasileira da Aviação Geral (Abag), que organiza a Labace, considerada a maior feira da aviação executiva da América Latina.

    A 19ª edição do evento abriu as portas no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nesta terça-feira, 6,  sem poder abrigar todos os expositores interessados: 144 marcas estão com estandes montados e 44 ficaram em lista de espera para uma próxima edição, que vai aumentar de tamanho. Isso porque a feira sai do Aeroporto de Congonhas e ganha novo endereço: o Aeroporto Campo de Marte. A organização terá mais espaço, 52 mil metros quadrados, e a possibilidade de receber visitantes, que desejem chegar no aeródromo de avião. “Também teremos como fazer demonstrações porque o trânsito aéreo é bem menor do que o de Congonhas, que concentra 86% do movimento do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do estado paulista”, diz Pires.

    Mercado aquecido

    O mercado da América Latina é estimado em US$ 640 milhões e deve mais do que dobrar até 2029, de acordo com a Mordor Intelligence. No Brasil, os especialistas acreditam que a alta da demanda tem a ver também com uma mudança de conceito. “Na pandemia , a única forma de se locomover era a aviação executiva”, diz Leonardo Fiuza, presidente da TAM AE. O Brasil teve uma explosão de voos no setor, porque era a única saída para uma gama de empresários, que precisavam se deslocar pelo país impreterivelmente. Nesta época a fila de encomendas de novas aeronaves saltou de um ano para dois. “Com o uso frequente, perceberam o jato como instrumento de que dá flexibilidade à agenda de negócios.”

    Na América Latina, região o Brasil se destaca como o número 1 do ranking de jatos em operação. O segmento que mais cresce é o de aviões turboélice (15,4%), que tem a vantagem de conseguir pousar em qualquer tipo de pista. Por isso, é muito procurado pelo agronegócio, setor mais pujante da economia brasileira. Entre os modelos preferidos, o suíço Pilatus PC-12. Em segundo lugar, estão os jatos (12,5%), caso do americano monomotor Vision SF50 (também conhecido como Vision Jet), da Cirrus Aircraft de Duluth, com capacidade para seis pessoas.

    Mais vendido

    Outro sucesso do mercado é o brasileiro Phenom 300, da Embraer,  líder mundial de vendas na categoria leve há 12 anos. Ela tem capacidade para seis pessoas e opera em mais de 40 países. Na ultima década, foram vendidas 730 unidades, que custam a partir de 12 milhões de dólares. No ano passado, a Textron Aviation, representada pela TAM AE, no Brasil, lançou o concorrente Cessna Citation CJ3 Gen2, projetado para carregar até 10 pessoas.

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    “Para uma empresa, o custo de um jato ou de um helicóptero é diluído ao longo do tempo e representa mais conforto, segurança e praticidade” diz Fiuza. O cliente sai do fluxo regular de embarque e desembarque. Estaciona com o carro dentro do próprio hangar e conta com uma sala VIP, caso precise fazer uma reunião de negócios antes de entrar na aeronave.

     

     

     

     

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