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Morre em Portugal o cachorro mais velho do mundo

Donos atribuem longevidade a boa comida, ar puro e muito amor

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 out 2023, 17h04 - Publicado em 24 out 2023, 16h28

Em fevereiro de 2023, Bobi, um cão da raça Rafeiro do Alentejo, foi reconhecido pelo Guinness Book como o cachorro mais velho do mundo. Em maio ele completou surpreendentes 31 anos, mas seus donos anunciaram que ele faleceu na última sexta-feira, 20. 

Bobi nasceu em 11 de maio de 1992, quando seu dono, Leonel Costa, tinha apenas 8 anos de idade. O homem afirma que a ninhada em que Bobi nasceu foi abandonada pela família, que já estava com o quintal cheio de animais, mas que o cachorrinho se escondeu em uma pilha de madeira. Quando Leonel e os irmãos o encontraram, mantiveram Bobi escondido dos pais, o que permitiu que ele crescesse ao lado da família. 

O cachorro vivia em uma fazenda, no vilarejo de Conqueiros, no distrito de Leiria, em Portugal, junto com Costa e quatro gatos. Em entrevista à Associated Press, há alguns meses, o dono atribuiu a longevidade do animal a “boa comida, ar puro e muito amor”. De acordo com ele, o cachorro nunca foi colocado em uma coleira e se alimentava das mesmas coisas que os humanos, o que justificaria a qualidade de vida. 

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VIDA NA FAZENDA – Bobi brinca com um dos gatos da família, o Ceguinho (Guinness World Records/Divulgação)

É difícil dizer com certeza o que explica a longevidade, mas a médica veterinária Maira Formenton, membro do Ambulatório de Dor e Cuidados Paliativos da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP) e diretora clínica do Fisioanimal, concorda que atividades físicas e uma boa alimentação são essenciais. 

“Viver numa fazenda não é absolutamente necessário, mas se você quer prolongar a vida do seu cão mantenha ele fisicamente ativo, com caminhadas, idas ao parque, estímulos do ambiente, interação com outros cães”, ela afirma. “A alimentação humana deixa alguns déficits nutricionais, mas como ele estava na natureza provavelmente equilibrava isso com o que tinha disponível.”

Apesar de apenas reproduzir a dieta humana não ser o ideal, uma nutrição natural é bem vista pelos especialistas, desde que equilibrada. A ração também pode fazer esse papel, mas é preciso que seja de qualidade. 

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Outros fatores também possibilitaram um aumento na expectativa de vida dos animais, e o fator humano foi essencial para isso. Cachorros que vivem nas ruas não costumam passar dos dez anos de idade, mas animais domiciliados, com acesso a atividade física, bons alimentos, cuidados de saúde e medicina preventiva podem, facilmente, chegar a uma década e meia de vida. 

Muito, no entanto, ainda precisa ser descoberto para que cachorros cheguem à mesma idade de Bobi, cuja expectativa de vida não passava dos 14 anos. Antes dele, o recorde pertencia a Bluey, um cão pastor australiano que viveu 29 anos e morreu em 1939, tendo sustentado o título por mais de 80 anos. 

Bobi não foi o único da família a viver bastante — a mãe dele, Gira, chegou aos 18 anos, e um outro cão da família, Chicote, morreu aos 22. “O tempo de vida deles é diferente”, diz a médica veterinária Caroline Fernandes. “Que privilégio seria se todos vivessem tanto como o Bobi.”

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