O ensino profissionalizante e tecnológico virou pauta oficial dentro do Congresso. O Senado aprovou, na quarta-feira, 12, uma frente parlamentar específica para discutir novas políticas públicas, que possam estimular o aprimoramento dessa área tão sensível para o desenvolvimento. Para o Brasil, o desafio é ainda maior, devido ao panorama de grande desequilíbrio entre a oferta e a demanda das matrículas.
De acordo com a Meta 11, do Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, o país teria de aumentar em três vezes as matrículas de cursos profissionalizantes de nível médio e assegurar a qualidade da oferta. Também deveria expandir em pelo menos 50% a demanda. “Mas o país está bem longe disso”, diz o senador Marcos Pontes (PL-SP), autor da proposta da criação da Frente Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica (EPT).
Na justificativa que Pontes enviou para a aprovação, consta que o país deveria chegar a 4.808.838 matrículas até 2024, um número 2,5 vezes menor do que o registrado em 2021. “Eu nasci na periferia, meu pai era faxineiro”, disse o senador, que é engenheiro e astronauta durante a sessão. “Naquela época, eu tinha aquele sonho de voar, mas a gente não tinha dinheiro. Graças a um curso de elétrica de locomotiva do Senai, eu consegui o primeiro emprego.” Ele começou como eletricista aprendiz.
O senador Paulo Paim (PT-SP) também enfatizou a importância da educação profissionalizante: “Se não fosse o ensino técnico, eu não estaria aqui de jeito nenhum. Eu ganhava um salário mínimo para fazer o curso, o que fez com que eu alavancasse minha caminhada ao longo da vida.”