200 anos de Dostoiévski: Editoras celebram data com livros especiais
Em homenagem ao bicentenário do autor russo, LeYa e Editora 34 movimentam mercado editorial com livros em quadrinhos e biográficos
No dia 11 de novembro de 1821, há exatos duzentos anos, nascia em Moscou Fiódor Dostoiévski, um dos maiores autores na história da literatura mundial. Em homenagem ao bicentenário, editoras que publicam o russo no Brasil prepararam lançamentos especiais para este ano.
É o caso da LeYa, que lançou ao final de outubro uma edição em quadrinhos de Crime e Castigo, romance de 1866 notório no círculo da literatura ocidental. Adaptado e ilustrado pela francesa Bastien Loukia, a HQ tem como intenção trazer a história para mais perto de leitores jovens – que, não raro, se interessam pelo protagonista Raskólnikov, um ex-estudante em dificuldade financeira que comete um crime.
Crime e Castigo, aliás, é o título de Dostoiévski mais vendido pela Editora 34, que recentemente lançou a obra completa do autor no Brasil com nova tradução. Por causa do bicentenário, o grupo editorial vai lançar três outros livros, previstos para novembro e dezembro deste ano. Dostoiévski: Vida e Obra, por exemplo, trata-se de uma biografia feita por Konstantin Motchulski, primeiro publicada em 1947, que comenta todo o trabalho e processo criativo do escritor a partir de passagens biográficas, trechos de seus diários, notas, cartas e artigos jornalísticos. Já O Estilo de Dostoiévski, de Nikolai Tchirkóv, e Problemas da Obra de Dostoiévski, de Mikhail Bakhtin, estudam os romances do russo pela perspectiva acadêmica.
Ano passado, a Editora 34 finalizou a publicação completa de obras de Dostoiévski com Escritos da Casa Morta, livro feito em cárcere cuja tradução, feita por Paulo Bezerra, resgata aspectos antes perdidos por traduções indiretas. Em entrevista a VEJA em 2020, o editor Danilo Hora celebrou as publicações vertidas para o português diretamente do original. “Quando se trata da escrita de Dostoiévski, alguns aspectos podem ser difíceis de decifrar e traduzir. Às vezes ele escreve de um jeito apressado, incompleto, e deixa algumas frases pela metade. Isso costuma ser arredondado pelos tradutores indiretos, o que dá uma cara mais abstrata à obra”. Leia aqui a reportagem na íntegra.