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‘America´s Got Talent’ puxa retomada de entretenimento na TV dos EUA

Show musical de calouros apostou em um cenário de cinema em estilo drive-in, uso obrigatório de máscaras e na separação radical entre setores de produção

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 2 jul 2020, 13h46 - Publicado em 2 jul 2020, 13h33

Mesmo sendo o país com o maior número de casos de Covid-19 no mundo, os Estados Unidos vão adaptando sua rotina ao novo “normal” e ensaiam a retomada da indústria do entretenimento. Na Califórnia, que recentemente protagonizou o primeiro tapete vermelho pós-coronavírus, foram reiniciadas as gravações do America´s Got Talent, um dos maiores programas musicais do país, que tem como sócio o megaprodutor Simon Cowell e é conhecido por ser gravado no grande Dolby Theatre (o mesmo do Oscar), em Los Angeles, com capacidade para 3.000 pessoas.

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Antes da pandemia, a produção do programa gravou seis episódios da primeira etapa da atual temporada, as audições, o que facilitou o trabalho da equipe no pós-pandemia. Mas faltava gravar as próximas duas etapas: a seleção dos juízes e os shows ao vivo. Para viabilizar sua volta, o programa precisou passar por uma série de mudanças. A primeira foi o local: a operação foi transferida para o Vale Simi, um grande terreno a céu aberto, onde foi construído um palco ao estilo de um cinema drive-in. Os jurados – Simon Cowell, Howie Mandel, Heidi Klum e Sofia Vergara (de Modern Family) – chegam em carros separados e sentam-se em cadeiras socialmente distantes para assistir aos competidores. Estes, agora, não se cruzam em cena  e têm, cada um, seu próprio microfone. 

Nos bastidores, todos são obrigados a usar máscaras e a ter todos os objetos de cena desinfectados com álcool em gel. Uma das mudanças mais drásticas feita pela produção foi criar zonas de separação para os funcionários, dependendo de sua atribuição dentro do show. Em casa segmento vigorava o distanciamento social e, quando necessário conversar com um membro de outra zona, isso era feito por telefone ou walkie-talkie.

“Eu pude ver o alívio nos rostos da equipe por estarem de volta ao trabalho. Foi, honestamente, uma das experiências mais incríveis de que me lembro por um longo tempo”, disse Simon Cowell ao site de notícias americano Deadline. “A segurança era a prioridade número um. Se pensássemos que alguém estava em risco, não filmaríamos. Portanto, desde que você saiba que as pessoas estão seguras – e felizmente todos os que estavam no lote foram testados, serão testados e continuamente testados -, aprende-se muito rapidamente como se adaptar”, concluiu. 

O próximo passo para os produtores do America’s Got Talent são os shows ao vivo, que devem começar a ser exibidos no dia 11 de agosto. Se na última temporada houve 36 shows em três semanas, as restrições impostas pela pandemia levarão o número a aumentar: serão 44 shows em quatro semanas, para evitar maiores aglomerações de candidatos. A equipe ainda estuda o melhor lugar para ser gravado, mas não descarta o tradicional Dolby Theatre. Também estuda se irá incorporar público presencial ou em participação virtual.

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