Larissa Manoela tem um modo peculiar de chamar suas personagens. “São minhas meninas”, diz ela a VEJA. O trato afetuoso vai da vilã pop Maria Joaquina, de Carrossel (2012), que a consagrou como atriz infantil aos 11 anos, até Elisa e Isadora, irmãs que serão vividas por Larissa, agora aos 21, nas diferentes fases de Além da Ilusão — sua primeira novela da Globo, que estreia na segunda-feira 7, na faixa das 6. “São duas meninas especiais, vivendo num período em que as mulheres não tinham voz”, conta Larissa por vídeo de seu novo apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A trama de época marca uma guinada na carreira da jovem de Guarapuava, no interior do Paraná: de estrelinha-prodígio do SBT, ela agora encara o desafio de ser um rosto do alto escalão da maior emissora do país. De uma ponta a outra, foram muitas as “meninas” pelo caminho — todas peças de um delicado planejamento de carreira para substituir a imagem juvenil pela de mulher emancipada.
Expoente da Geração Z, Larissa tinha só 4 anos quando deu início à peregrinação de testes para propaganda e TV, levando a família a se mudar para São Paulo. Ela cresceu não só sob a pressão da fama, mas também de um mundo pautado pelas redes sociais. A curiosidade a respeito de sua vida pessoal começou cedo — aos 13 anos, ela teve o primeiro namorado —, assim como o interesse por fotos da adolescente de biquíni na praia. Enquanto muitas ex-estrelas infantis entram rapidamente de cabeça na exploração da sensualidade para marcar uma nova fase de vida e de carreira, Larissa e os pais, Gilberto e Silvana Elias Santos, também seus empresários, optaram por outro tipo de transição de imagem, que vem sendo feita de forma lenta, gradual e segura. “Não faria sentido fazer essa passagem de forma abrupta. Não quero chocar as pessoas, mas, sim, tocá-las com meu trabalho”, diz a atriz.
Assim, Larissa foi das novelas infantis para o cinema adolescente, no qual fez bilheterias milionárias até fechar uma parceria com a Netflix e, finalmente, assinar com a Globo (tem um raro vínculo de longo prazo na rede hoje, com salário na casa dos 80 000 reais). Larissa, aliás, ostenta o crachá das duas empresas cobiçadas: a Globo teve de abrir uma exceção para sua nova contratada, que manteve o acordo com a plataforma americana — onde lançará mais um filme original após o término da novela. Enquanto isso, ela se orgulha de dominar o ranking de mais vistos da Netflix. “Acho lindo ver a carinha da Lari ali”, diz, falando de si na terceira pessoa.
Ultimamente, essa carinha apareceu em destaque na plataforma com as novelas do SBT Carrossel e Cúmplices de um Resgate, e o recente filme Lulli. Na comédia produzida pela Netflix, vive uma estudante de medicina que escuta pensamentos. Em um mês, Lulli passou de 21 milhões de horas assistidas, tornando-se assim mais uma das cifras impressionantes de Larissa. No Instagram, soma 43 milhões de seguidores e cobra 150 000 reais por um post comercial. Popular com o público feminino de 20 e poucos anos, ela vem associando sua imagem a grandes marcas de beleza e de moda, atraindo as cobiçadas classes A e B. Seu cachê publicitário é estimado em 2 milhões de reais. Empreendedora, ainda é dona da LariCel, uma operadora de telefonia celular.
O diário de Larissa Manoela: A vida, a história e os segredos da jovem estrela
Acostumada à rotina frenética na vida profissional e pessoal, Larissa se viu trancada em casa em 2020 com a pandemia. Foi quando percebeu que precisava olhar para si. “Não sou perfeita”, diz ela — mas sem revelar seus defeitos. Hoje, a rotina inclui ioga e terapia para manter a mente sã. Solteira no momento, garante que está aprendendo a “se amar primeiro”. A inocência deu lugar ao amadurecimento.
Publicado em VEJA de 9 de fevereiro de 2022, edição nº 2775
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