Um retrato nítido e tenebroso do Brasil, com a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva e o impeachment de Dilma Rousseff, seguido da ascensão da extrema-direita com Jair Bolsonaro, levou “Democracia em Vertigem”, da cineasta brasileira Petra Costa, à disputa do Oscar de melhor documentário em 2020.
“Estamos vivendo um trauma político. No Brasil, diríamos que ‘estamos doentes de Brasil'”, disse Petra à Agência Efe sobre o documentário, que radiografou as ameaças democráticas que atacam as instituições do país e também de outras regiões do planeta.
Na segunda-feira, 3, a Secretaria Especial de Comunicação Social do governo federal atacou Petra chamando-a de “ativista anti-Brasil” e a acusou de estar “difamando a imagem do país no exterior com uma série de fake news”.
Criticada não só pelo governo de Bolsonaro, mas também por influentes figuras que consideram que o documentário não retrata com fidelidade a história dos últimos anos, Petra disse à Efe que temia os ataques, mas que acha que os efeitos do filme foram positivos, sendo capaz até restabelecer o diálogo entre pessoas que se afastaram durante o período por divergências políticas.
(com EFE)