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Atriz e radialista Daisy Lúcidi morre aos 90 anos vítima da Covid-19

Artista que também teve uma longa carreira política estava internada desde o dia 25 de abril em um hospital particular no Rio de Janeiro

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 7 Maio 2020, 11h09 - Publicado em 7 Maio 2020, 10h50
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  • A atriz e radialista Daisy Lúcidi morreu na madrugada desta quinta-feira, 7, vítima do novo coronavírus. Com 90 anos, ela estava internada desde o último dia 25 no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. O neto da atriz, Luiz Claudio Mendes, confirmou a informação por meio de suas redes sociais em um longo texto de desabafo: “Vencida por doença que loucos teimam em minimizar”, escreveu.

    Mendes relembrou a última festa de aniversário de Daisy, em agosto, que teve como tema a “paixão pela vida”, combustível que movia a atriz somado à paixão pelo trabalho. Daisy integrou o primeiro elenco de atores da Rádio Globo e fez sua estreia na TV em 1960. Como radialista, comandou, durante 46 anos, o programa Alô Daisy, na Rádio Nacional, onde ouvia dilemas da população e denunciava problemas do Rio de Janeiro. A postura crítica lhe abriu portas na política na década de 1970. Por três décadas, se afastou dos palcos e da carreira de atriz para atuar como vereadora e deputada estadual no Rio por diferentes partidos. “Aquela mulher tão atuante, opinativa, de personalidade tão forte, foi dando lugar a uma senhora quieta e pacata, que apesar de continuar muito lúcida, mais ouvia do que opinava”, escreveu Mendes.

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    Nascida em 1929, Daisy estreou nos palcos aos 6 anos. Ela acompanhava o pai, que também era ator, em um curso de teatro amador. O diretor do espetáculo viu na garota o talento e a graça de uma grande atriz. O mesmo detalhe foi visto pelo diretor da Rádio Tupi, Teófilo de Barros Filho, anos mais tarde, durante um concurso de interpretação.

    Em 1944, fez parte da primeira equipe de atores da Rádio Globo e conheceu seu futuro marido, o jornalista esportivo Luiz Mendes — com quem ficou casada por 64 anos. Ele morreu em 2011. “Foi o até que a morte os separe mesmo. Um casamento feliz onde não havia desejo de protagonismo em nenhuma das partes. Desde que se casaram, sempre foram figuras de destaque em suas profissões, mas isso nunca os atrapalhou, muito pelo contrário, juntos eram mais fortes e se completavam como poucos”, escreveu o neto do casal.

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    Em sua primeira fase na TV, Daisy fez uma minissérie de Janete Clair, na extinta TV Rio, em 1960, e ingressou nas novelas da rede Globo com Homem Proibido, em 1967. A última, antes de partir para a carreira política, foi O Casarão (1976). Ao mesmo tempo em que se dedicava aos folhetins, Daisy se aventurava no cinema nacional. Seu título mais famoso foi o filme Eu Transo, Ela Transa (1972), dirigido por Pedro Camargo. O retorno aos folhetins se deu em 2007, com o convite de Gilberto Braga para que ela interpretasse uma difícil síndica em Paraíso Tropical. Em 2010, aos 80 anos, fez sua primeira vilã na novela Passione, interpretando uma avó dissimulada que explorava as netas, entre elas, Mariana Ximenes. Seu último papel nas novelas globais foi em Babilônia (2015).

    A atriz deixa três netos e quatro bisnetas.

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