Bienal de Veneza premia duas artistas negras pela primeira vez na história
A britânica Sonia Boyce e a americana Simone Leigh foram aclamadas nesse sábado com o Leão de Ouro, o prêmio mais importante do evento
Pela primeira vez em 127 anos de existência, a Bienal de Veneza premiou, nesse sábado, 23, duas artistas negras com o Leão de Ouro, honraria mais importante da premiação. A britânica Sonia Boyce e a americana Simone Leigh foram as grandes aclamadas da noite, e fizeram história no evento mais tradicional de arte no mundo.
Boyce, que é a primeira negra a representar o Reino Unido no evento, ganhou o Leão de Ouro de melhor participação nacional pelo projeto Feeling Her Way, uma instalação musical que congrega vídeos de cinco musicistas britânicas cantando à capela. Com curadoria de Emma Ridgway, a instalação lança luz sobre a história da música feita por mulheres negras no Reino Unido, muitas vezes marginalizada no cenário britânico. “Sonia Boyce propõe uma leitura original das histórias através do som. Ao trabalhar colaborativamente com outras mulheres negras, ela desvenda a plenitude de histórias silenciadas,” justificou o evento.
Leigh, por sua vez, foi premiada por sua participação na exibição principal por sua “inauguração escultural monumental poderosamente persuasiva para o Arsenale”, um dos principais locais de exposição do evento. Lee participou da mostra com a obra Brick House (Casa de Tijolos, em português), um busto de bronze de 5 metros que reproduz o rosto de uma mulher negra em um corpo que faz referência, ao mesmo tempo, à uma saia e a uma casa de barro. A peça foi exposta pela primeira vez em 2019, em Nova York em 2019.