Bob Dylan, 79 anos, assinou um acordo histórico com Universal Music Publishing Group para vender os direitos de mais de 600 composições próprias, num contrato que está sendo apontado como a maior aquisição de todos os tempos em direitos de publicação musical de um único ato. O valor da negociação não foi divulgado mas, segundo o jornal The New York Times, é estimado em 300 milhões de dólares. O acordo inclui 100% dos direitos das músicas, inclusive a renda que ele recebe com compositor e o controle dos direitos autorais delas.
Para entender a amplitude dessas canções, clássicos como Blowin’ in the Wind, The Times They Are A-Changin’, Lay Lady Lay, Make You Feel My Love, Tangled Up in Blue e Like a Rolling Stone estão incluídas no negócio. O extenso acordo cobre as músicas de todas as fases de sua carreira, inclusive a do novo álbum, Rough and Rowdy Ways. “Não é nenhum segredo que a arte de compor é a chave fundamental para toda boa música, nem é segredo que Bob é um dos maiores praticantes dessa arte”, disse Lucian Grainge, executivo-chefe da Universal Music Group, em um comunicado oficial. Bob Dylan não se manifestou.
O negócio ganha ainda mais magnitude ao se observar a importância do legado do artista, que foi o primeiro cantor a ganhar o prêmio Nobel de literatura, em 2016. Suas composições foram regravadas mais de 6 000 vezes por outros artistas e remodelaram o folk e o rock. Em mais de 60 anos de carreira, Dylan já vendeu 125 milhões de discos em todo o mundo. Quando o Nobel anunciou a escolha de Dylan, a justificativa deles foi a de que o artista havia “criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana”.