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Bruno Gagliasso, sobre falar abertamente de sexo: “Sou cheio de tabus”

O ator admite as próprias limitações a respeito do tema de seu programa na TV

Por Duda Monteiro de Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 jun 2024, 17h04 - Publicado em 4 Maio 2024, 08h00
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  • Para interpretar seu novo papel no cinema, o irmão do médico Dráuzio Varella, precisou emagrecer e raspar a cabeça. Foi dura a transformação? Passei fome para perder 24 quilos, 14 deles em apenas dois meses. Até agora recuperei 6. Olhava no espelho e não me reconhecia. Mas valeu. O papel de Fernando, que sofreu de câncer nos pulmões, foi um dos mais intensos que fiz e me trouxe uma reflexão sobre a vida.

    As mudanças físicas abalaram sua autoestima? Não. Minhas questões de autoestima sempre estiveram muito mais relacionadas ao trabalho do que à aparência.

    Também está apresentando um talk show na TV ao lado de sua mulher, Giovanna Ewbank, em que sexo é o assunto central. Ainda existe tabu ao falar do tema? Muito. Tudo vira polêmica quando falamos abertamente sobre sexualidade, daí o programa fazer tanto sucesso. Acho importante a gente discutir e pensar sobre sexo. Imagina quantas pessoas nunca tiveram esse papo em casa? Eu mesmo sou cheio de tabus.

    Qual o limite para a exposição da vida sexual? Depende de cada entrevistado, até onde se sente confortável para falar. Não importa se as pessoas não estão preparadas para ouvir.

    Quais diferenças observa na percepção de homens e mulheres sobre o assunto? O homem aprende a se gabar, a falar alto sobre suas experiências. Desde pequenos, somos levados à pornografia e achamos que sexo é aquela performance. Eu cresci assim. Já as meninas, ainda hoje, são ensinadas a ficar caladas, de pernas cruzadas, e a ter vergonha.

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    Em seu casamento, reproduz comportamentos machistas? Sem dúvida. Também sou um reflexo da nossa sociedade preconceituosa. Tenho que ficar me policiando, não quero que meus filhos tenham essa referência. Mais novo, eu falava sobre pegar mulher, passar a mão na bunda. Mudei muito, mas, em algum grau, reproduzo essa besteira.

    Fala-se muito em relação aberta. Já cogitou? Nunca. Giovanna brigaria comigo. Eu também não gostaria de vê-la com outro, de jeito nenhum. Falamos sobre tudo, mas uma série de tabus pesa em nosso casamento.

    Conseguem conversar sobre a traição que cometeu, em 2012, ou é um tópico proibido? Nossa relação só é duradoura porque temos um diálogo muito aberto, inclusive sobre traição.

    Publicado em VEJA de 3 de maio de 2024, edição nº 2891

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