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“Cafona é quem me critica”, afirma Romero Britto

O artista pernambucano fala do vídeo em que uma mulher quebra uma obra dele, diz mirar-se em Picasso e desdenha dos “pequenos críticos”

Por Amanda Capuano Atualizado em 4 jun 2024, 15h23 - Publicado em 11 set 2020, 06h00

Há poucas semanas, o vídeo que mostra uma mulher quebrando uma obra sua viralizou nas redes, muitas piadas surgiram e a internet tornou a dona do restaurante uma espécie de “heroína nacional”. Por que ficaram do lado dela? A gente não pode dizer que o público ficou do lado dela. Muitas pessoas fizeram esse tipo de comentário, mas tenho grande número de seguidores, e boa parte deles não concordou com o que ela fez. No mundo atual, temos a liberdade de nos expressar, e às vezes as pessoas simplesmente gostam de ver a derrota dos outros.

Sua obra é popular, mas os críticos costumam chamá-lo de cafona. Ouvir isso magoa? Só acha meu trabalho cafona quem é cafona. Se uma pessoa não gosta de arte positiva e alegre, é porque está infeliz. Não me preocupo com pequenos críticos, dou mais atenção a pessoas com tradição no mundo das artes, como a Eileen Guggenheim (curadora americana). Michelangelo, Da Vinci, Picasso, Mondrian, Matisse, Andy Warhol e muitos outros também não eram favoritos de todos em vida. Estou aqui para fazer a minha arte, não vou me preocupar com uma pessoa infeliz se sentindo poderosa.

Se tivesse de se comparar a um artista do passado, quem seria? Não gosto de comparações, mas adoro a obra e o sucesso do Picasso. Foi um pintor de coragem e é muito querido, mas houve um momento em que não entendiam o que ele estava fazendo.

No futuro, como Romero Britto será visto? Não posso prever, mas hoje, se você quiser saber o que um artista criou, é preciso procurar, e o público não tem tempo para isso — fica sabendo só do que é notícia. Você é esquecido se não é notícia. Um monte de artistas vai ser esquecido. Quanto à minha arte, haverá muitas obras para contar história.

Há diferença entre ser artista nos Estados Unidos e no Brasil? É claro. No Brasil, os ricos querem comprar apartamentos, carros e joias, não obras de arte. Não que não existam colecionadores, mas é uma elite muito pequena. Nos Estados Unidos, a herdeira do Walmart, Alice Walton, construiu um museu para levar arte à população. Quantas pessoas no Brasil fazem isso?

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Você foi criticado por receber o presidente Jair Bolsonaro em seu ateliê e dar-lhe um retrato. O que pensa disso? As pessoas criticam tudo. Eu não fiz nada de errado, só recebi o presidente e a primeira-dama, assim como muitas outras pessoas importantes.

Publicado em VEJA de 16 de setembro de 2020, edição nº 2704

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