Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo tomam nesta sexta-feira, 21, o Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. Apesar da previsão de chuva do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura, o tempo permaneceu ameno durante toda a madrugada. Sete escolas foram para a avenida nesta primeira noite, entre elas, a atual campeã Mancha Verde e a vice, Dragões da Real – e foi justamente entre uma escola e outra que houve o maior problema da noite.
Após encerrar seu desfile, por volta das 2h35 da manhã, a Dragões da Real teve problemas com alguns carros alegóricos que ficaram presos aos fios de alta-tensão da rua e não conseguiram deixar a área da dispersão. A organização suspeitou que ventos e chuvas baixaram os fios e fizeram a altura da saída ser menor que a entrada.
O problema atrasou o desfile da Mancha Verde em cerca de 1 hora. Apesar do problema, a Dragões da Real não deve sofrer punição, já que o problema aconteceu após a apresentação. Para fazer com que os carros alegóricos passassem, a rede elétrica de parte do Sambódromo foi desligada por alguns minutos.
Destaques dos desfiles
A primeira escola a entrar foi a Barroca Zona Sul, que voltou ao Grupo Especial após 15 anos. A escola recontou a história de Tereza de Benguela, líder do quilombo do Quariterêre. Destaque ficou para o carro abre-alas, que tinha 36 metros de comprimento e fazia um tributo a Angola. A agremiação encerrou no limite dos 65 minutos permitidos e precisou correr para não estourar o tempo e ser punida.
Também dentro do limite permitido, a Tom Maior encerrou o seu desfile com o carro que tinha como destaque um boneco de Marielle Franco, assassinada em março de 2018, e que pedia por justiça para todos com a frase “as minorias são a maioria”. O enredo “É coisa de preto” homenageou o povo negro e levou para a avenida, entre outras coisas, uma encenação de ação policial violenta contra a população negra. A escola também exaltou personalidades negras, como Elza Soares, Mano Brown, Machado de Assis e outros em seu colorido desfile.
Terceira a desfilar, a Dragões da Real chamou a atenção por entrar com membros da diretoria e coordenadores vestidos de militares. De acordo com os organizadores, a roupa representava “um grande exército da alegria”, já que o enredo falava sobre a “revolução do riso”. Rainha de bateria por oito anos, Simone Sampaio se despediu da agremiação em noite de homenagens aos deuses do riso e personalidades históricas como Charles Chaplin.
Confira a ordem dos desfiles
A primeira agremiação a entrar na avenida foi a Barroca Zona Sul, vice-campeã do Grupo de Acesso em 2019. Com o enredo “Benguela… A Barroca clama a ti, Tereza!”, sobre Tereza de Benguela, líder quilombola, a escola iniciou sua apresentação por volta das 23h15.
Na sequência, à 0h20, a Tom Maior entra em cena com o enredo “É coisa de preto”, em homenagem aos negros. Logo depois, à 1h25, será a vez da Dragões da Real, segunda colocada em 2019 e uma das favoritas este ano. O enredo será “A Revolução do Riso: A arte de subverter o mundo pelo divino poder da alegria”.
Atual campeã e com alto investimento para buscar o bi, a Mancha Verde desfila a partir das 2h30, com o enredo “Pai!, Perdoai, eles não sabem o que fazem!”, que homenageia Jesus. À frente da bateria pelo 16º ano seguido, brilhará Viviane Araújo.
Às 3h35, será a vez da Acadêmicos do Tatuapé ir para a avenida, com o enredo que falará sobre a cidade de Atibaia, no interior de São Paulo: “O ponteio da viola encanta… Sou fruto da terra, raiz desse chão… Canto Atibaia do meu coração”.
A penúltima escola da noite será a Império de Casa Verde, que levará ao Anhembi o enredo “Marhaba Lubnãn” e irá homenagear o Líbano. Por fim, às 5h45, a X-9 Paulistana encerra a primeira noite do carnaval paulistano com o enredo “Batuques para um rei coroado”, que vai fazer uma viagem cultural pelo Brasil.