Uma das maiores atrizes da Globo, Cássia Kis se despedirá da TV após Travessia, atual novela das 9. Antes mesmo da estreia do folhetim de Glória Perez, em 10 de outubro, a veterana de 64 anos já havia prometido que essa seria a última novela de sua carreira. Ironicamente, Cássia deixará a cena com um lamentável papelão após fazer declarações ofensivas à comunidade LGBTQIA+, perdendo então parte de um público que a admirava por seu trabalho.
Ex-apoiadora do PT, a intérprete de Cidália em Travessia se tornou pró-Jair Bolsonaro (PL) nos últimos anos, chegando a fazer campanha pelo presidente nos corredores da Globo. Por sorte, tinha o apoio de Humberto Martins, seu colega de cena com o personagem Guerra, outro simpatizante do político. Com ideais alinhados ao bolsonarismo, a artista passou a reproduzir fake news e discursos contra LGBTQIA+ em uma live com Leda Nagle na semana passada.
“Não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem, essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo as imagens inacreditáveis de crianças de 6, 7 anos se beijando. Duas meninas dentro de uma escola se beijando, onde há um espaço chamado beijódromo”, afirmou Cássia, sem apresentar provas. O climão nos bastidores da novela foi instantâneo, visto que Travessia é protagonizada por Lucy Alves, atriz bissexual, além da maioria do elenco ser contra a homofobia. A Globo precisou se posicionar sobre o caso, mas sem punir a funcionária contratada por obra: “A Globo tem um firme compromisso com a diversidade e a inclusão e repudia qualquer forma de discriminação”.
VEJA apurou que Cássia Kis corre o risco de ser demitida, mas que isso só não deve acontecer porque Glória Perez seria obrigada a cortar sua personagem da novela que, atualmente, já sofre com ibope baixo e desinteresse do público pela história. Com a derrota de Bolsonaro contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência do Brasil, no domingo 30, a atriz está prestes a perder duplamente, na política e na carreira.