Namorados: Assine Digital Completo por 5,99

Cate Blanchett se desdobra em 13 no filme ‘Manifesto’

Longa nasceu de uma instalação artística em que a atriz encara papeis que vão desde um mendigo até uma coreógrafa russa

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 20h50 - Publicado em 27 out 2017, 12h29

O panteão das grandes atrizes da história já tem uma cadeira cativa para Cate Blanchett. A australiana, dona de estatuetas do Oscar, Globo de Ouro e Bafta, entre outros, é tão natural e versátil no que faz que transita com graça entre romances hollywoodianos, superproduções de fantasia (caso de Thor: Ragnarok, em cartaz no Brasil) e os cabeçudos longas de Terrence Malick. Sem mais nada a provar ao público ou à indústria do show business, Cate abraça sem receio os treze distintos personagens de Manifesto, longa que chega aos cinemas brasileiros entre esta quinta-feira, dia 26, e a próxima, 2 de novembro.

Como diz o nome, Manifesto reúne diferentes declarações históricas, a começar pelo Manifesto Comunista, lançado em 1848 por Karl Marx e Friedrich Engels. No figurino e barba de um mendigo, em meio a ruínas, Cate declara com furor o texto que contém a frase “tudo o que é sólido se desmancha no ar”, depois apropriada pelo escritor americano Marshall Berman. Falas de movimentos artísticos, como a Pop Art, Fluxus e Dadá, regras cinematográficas do Dogma 95, de Lars von Trier, e pensamentos do cineasta Jim Jarmusch são encenados pela atriz em distintas cascas, cenários, sotaques e entonações.

O longa é uma adaptação da instalação artística do alemão Julian Rosefeldt, que também assina a direção do filme. Na exposição, treze vídeos, com dezenas de manifestos costurados entre si, são dispostos simultaneamente com a leitura da atriz, que declama com o olhar direcionado para a câmera, que faz as vezes do público.

No cinema, a ideia sofre com alguns períodos de monotonia, causados por monólogos longos em narração. Mas ganha peso quando Cate toma a tela e dá corpo e movimento aos textos. Da calmaria de uma mãe durante uma prece na hora do jantar até a fúria de uma viúva em um funeral, para em seguida assumir uma postura de âncora de jornal de TV e culminar em uma atenciosa professora de escola primária. Algumas cenas são hilárias, outras desconfortáveis.

Continua após a publicidade

Para além da bela performance de Cate, o filme de 2015, que saiu das galerias para chegar às telas este ano, é absurdamente atual. Com os textos pescados principalmente no século XX, a obra reflete sobre a função e importância da arte e as crises da sociedade, refletidas em manifestações artísticas aliadas a pensamentos políticos, ou filosofias niilistas. Em tempos de cacofonia na internet, é válido dar atenção ao belo e ao desagradável que a produção tem a oferecer.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.