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Cinco razões que explicam por que o CD se tornou obsoleto

Artefato que revolucionou a indústria musical nos anos 80 virou peça de museu. Perdeu espaço para o streaming e deverá ser superado em vendas até pelo vinil

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 set 2019, 15h43 - Publicado em 23 set 2019, 12h45
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  • Por quase duas décadas, o CD reinou soberano no mercado fonográfico. O disco compacto de leitura digital tomou o lugar do velho vinil graças a uma série de atributos: era inquebrável, tinha som mais apurado que os antigos bolachões de vinil, e ocupava muito menos espaço na estante que os LPs. Essas qualidades, contudo, não foram suficientes para garantir sua sobrevivência: atualmente, o CD tornou-se um primo-pobre total na indústria fonográfica. Foi superado pelas novas possibilidades das plataformas de streaming, que permitem ter tudo à disposição quando o ouvinte quiser e não ocupam espaço nenhum em casa. Agora, eis que o CD perde espaço também para o vinil – que tornou-se um produto vintage cultuado.

    Segundo relatório da RIAA (sigla em inglês para Associação de Produtores de Discos da América), em breve os CDs devem ser superados em vendas pelos vinis. O consumo das “bolachas” teve uma alta de 12,9%, passando de 198,6 milhões em 2018 para 224,1 milhões unidades comercializadas este ano. As vendas de CDs, enquanto isso, tendem a se estagnar: devem ficar em 247,5 milhões, contra 245,9 milhões no ano passado. A tendência é que, mais adiante, o LP supere o CD em vendas. A nova ascensão do vinil, no entanto, não significa que ele voltará a reinar no mercado, como fazia na segunda metade do século XX. Há uma onda de nostalgia em torno do artefato – tanto que os álbuns mais vendidos são os de medalhões. O formato físico representa 9% do mercado atual. A hegemonia hoje é, de longe, do streaming, que já domina 80% do mercado musical.

    Confira cinco razões que aceleraram a queda do CD:

    1 – A ascensão do streaming

    Tratado como “bicho papão” quando surgiu, no final dos anos 90, o compartilhamento de músicas pela internet virou a salvação da indústria musical. Segundo relatório da agência Goldman Sachs, até 2030 as gravadoras irão faturar 41 bilhões de dólares. Dessa quantia, cerca de 34 bilhões de dólares virão do streaming.

     

    2 – Uma questão de espaço

    Antigamente, não havia nada mais charmoso que exibir uma parede repleta de CDs. Hoje, quando tudo que as pessoas ouvem está dentro do computador ou celular, a única função deles se resume a ocupar espaço. Qual a praticidade de abarrotar as prateleiras de casa se discografias inteiras podem ser compiladas numa plataforma de streaming?

     

    3 – A banalização do produto

    Quando lançado, no final dos anos 80, o CD era vendido numa embalagem especial (parecia até uma caixa de joias) e não era barato. Com o “boom” de vendas, na década seguinte, ele passou a ser comercializado até em lojas de departamentos, ao preço de caixas de leite. O que era nobre virou algo banal, sem uma aura de glamour convidativa.

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    4 – A pirataria

    O surgimento de aparelhos copiadores de CDs fez com que o produto fosse pirateado em larga escala. E não se tratava mais das fitas caseiras, que eram feitas para os amigos. Era uma produção exponencial. Muitas vezes, até coletâneas com o melhor do artista chega a ser pirateado, canibalizando os álbuns oficiais e até suas próprias versões piratas.

     

    5 – O charme renovado do vinil

    A venda dos antigos LPs deve superar a dos CDs ainda este ano. Mas não se trata de uma ascensão tão fulgurante assim: a volta do vinil se deve ao surgimento de um mercado de nicho – tanto que boa parte das vendas no formato sai do catálogo de medalhões como Beatles e Pink Floyd. Mas não há dúvida de que, em matéria de charme para o colecionismo, o vinil oferece muito mais atrativos, do som característico às capas e encartes em tamanho grande.

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