Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Claudia Raia: “Tarsila rompeu barreiras do machismo e destacou minorias”

Vivendo a artista em aclamado musical, a atriz diz que tem temperamento oposto ao da pintora modernista, papel que escolheu a dedo

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 jun 2024, 17h22 - Publicado em 8 mar 2024, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • BANDEIRA - Claudia: “É fake news dizer que artistas abusam da Lei Rouanet”
    BANDEIRA - Claudia: “É fake news dizer que artistas abusam da Lei Rouanet” (@claudiaraia/Instagram)

    A crítica diz que a senhora mimetiza Tarsila. Em algum grau, se parecem? Somos duas figuras opostas. Meu jeito é expansivo, barulhento, enquanto Tarsila era introspectiva, soturna. Precisei estudar horas a fio para entendê-­la, inclusive com a ajuda de cartas que Tarsilinha, sua sobrinha-neta, me enviou. Não a conhecia, mas foi ela que me procurou para fazer o musical, em 2020, dizendo que eu seria a única atriz capaz de traduzir a força da pintora. Foi o maior de todos os desafios em minha carreira.

    No centenário da Semana de 22, os modernistas viraram alvo por supostamente reproduzir aquilo que afirmavam combater: racismo e elitismo. Concorda? Não. Estamos falando de 1922. Os artistas àquela época estavam à frente de seu tempo. Tarsila foi atacada por ser uma milionária branca da elite cafeeira, mas quebrou barreiras do machismo e colocou minorias sob os holofotes, com seus pincéis, contribuindo para avanços sociais que viriam nas décadas seguintes.

    Por que faz questão de mencionar ao fim de cada apresentação que a peça é financiada pela Lei Rouanet? Falo para desmentir as fake news que acusam artistas de se aproveitarem da lei sem trabalhar duro. Esta é uma demonização das piores que já se disseminaram no meio artístico, propagada no governo Bolsonaro. Dizem que o presidente Lula me deu milhões de reais. Pois nem o conheço e nunca fui petis­ta, embora tenha votado nele. Artistas não são bandidos.

    No espetáculo, seu marido, Jarbas Homem de Mello, interpreta o escritor Oswald de Andrade. É difícil essa convivência toda? Na verdade, é bom. Ganhamos tempo juntos em meio ao corre-corre e conversamos melhor. Ele, que é um cara tranquilo, me faz diminuir o ritmo e manter os pés mais fincados no chão.

    Continua após a publicidade

    Sua gravidez gerou debate nas redes, por ter ocorrido aos 55 anos. Sentiu-se julgada? Sim. Vivemos numa era em que ninguém hesita em apontar o dedo para o outro. De certa maneira, tirei da zona de conforto mulheres na fase da menopausa. Mostrei que ter mais de 50 não significa ficar sentada no sofá, esperando a vida passar. Não é que todas devam ter filhos, mas minha gravidez provou que ainda é possível embarcar em aventuras e traçar planos de longo prazo nessa faixa etária.

    Não cogita pisar no freio para ter mais tempo com seu filho, Luca, de 1 ano? De forma alguma. Sempre fiz de tudo para estar com Enzo e Sophia, meus filhos mais velhos, quando eram pequenos. Mesmo assim, pegava quatro, cinco trabalhos de uma vez. Agora, na maturidade, tenho uma visão mais seletiva e escolho a dedo no que vou investir o tempo. Tarsila certamente vale cada segundo.

    Publicado em VEJA de 8 de março de 2024, edição nº 2883

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.