O youtuber carioca Felipe Neto, de 29 anos, deu o que falar em um dos mercados mais movimentados – e polêmicos – do Brasil. Em um vídeo publicado no dia 31 de dezembro, no qual lista os “vexames” de 2017 que não deveriam se repetir este ano, Felipe satirizou o trabalho de um “coach de empoderamento feminino” e se estendeu à categoria afirmando que quem tem a vida resolvida, não tem tempo para ser coach. “Eu voto pelo fim do coaching, para que essas pessoas façam coisas mais úteis pela sociedade”, diz Neto. Estima-se que este mercado movimente cerca de 50 milhões de reais por ano no país.
O conteúdo incomodou alguns dos mais populares representantes do coaching do país. Na última quarta-feira (10), o cearense Paulo Vieira, fundador da Febracis, instituição com mais de 8 mil profissionais credenciados, respondeu as afirmações de Felipe Neto e ressaltou os resultados do método em um vídeo divulgado em sua página no Facebook. “Esse youtuber ataca minha integridade, minha moral, minha profissão, minha vida. Ele ofendeu pelo menos 25 mil profissionais no Brasil que sustentam suas famílias com o coaching”, alega Vieira, que desafia o youtuber a um debate público.
O fundador do Instituto Brasileiro de Coaching, José Roberto Marques, também se incomodou com as afirmações do vídeo. “A grande maioria dos coaches tem formação acadêmicas e boa situação financeira”, disse Marques a VEJA, ressaltando que atualmente muitas grandes empresas do mundo, inclusive o Google, contratam serviços de coaching para seus funcionários.
Procurado por VEJA, Felipe afirmou que conheceu profissionais de coaching ao longo da vida, especialmente voltados para o “desenvolvimento pessoal”. “O que presenciei foi muito conselho baseado em livro de autoajuda e repetição de frases prontas como ‘acredite nos seus sonhos’. Acredito que seja uma opinião compartilhada por muita gente. Além disso, quem assistir até o final, vai ver que no vídeo eu falo que a coisa que ninguém aguenta mais também são os Irmãos Neto, assim como os coaches. É tudo uma enorme piada”, justifica o youtuber.