Com alta de 46% em vendas, 2021 tem mercado livreiro em retomada
Pesquisa da Nielsen mostra que, entre os primeiros semestres de 2020 e 2021, setor acumulou faturamento de 269 milhões de reais
Uma pesquisa feita pela Nielsen, em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), apontou um aumento de 46% na venda de livros entre os primeiros semestres de 2020 e 2021. Entre janeiro e junho deste ano, foram comercializados 23,3 milhões de exemplares – o que corresponde, em termos de faturamento, a uma diferença de mais de 269 milhões de reais em relação a 2020. No mesmo período do ano passado, o número foi bem menor: 15,9 milhões de exemplares.
O crescimento aponta um novo momento para o mercado editorial, que, especialmente no primeiro semestre de 2020, recebeu um duro baque nas contas por causa das medidas de restrição em lojas físicas. De janeiro a junho do ano passado, o faturamento com as vendas de livros chegou a 729 milhões de reais. Já neste ano, os expressivos 998,5 milhões de reais somados indicam que, para além do arrefecimento da pandemia, a junção de esforços comerciais entre livrarias físicas e comércio digital não só permitiu um cenário mais favorável, mas também superou marcas do mesmo período de 2019. Naquela época pré-pandêmica, o mercado editorial ensaiava um movimento de recuperação.
O crescimento coroa uma sucessão de boas notícias para os livreiros: desde a virada do ano, o mercado vem se recuperando da crise com fôlego redobrado. Segundo levantamento da empresa Yandeh divulgado em janeiro, entre 2020 e 2021 foram abertos mais de 56 estabelecimentos. Além de ocuparem endereços em shoppings deixados pelas megastores Livraria Cultura e Saraiva, ambas em recuperação judicial, as novos investimentos do setor também multiplicaram as lojas em endereços de rua, como a Megafauna, no centro de São Paulo, e a Janela, no Rio de Janeiro.