Nessa segunda-feira, 21, o cineasta Francis Ford Coppola enfim receberá sua estrela na Calçada da Fama. Antes do evento em Los Angeles, porém, o diretor de O Poderoso Chefão, clássico que completou 50 anos esse mês, revelou que nem sempre acreditou no potencial de sua obra mais famosa. “Achei que seria um grande fracasso. Quando você faz um filme que vai contra o que está em alta no momento, são obras difíceis. Você não está fazendo o que esperam que faça”, disse à Variety no domingo.
O pé atrás com o filme que o consagrou como um dos grandes nomes do cinema veio, inclusive, da parte dele mesmo antes que o longa fosse feito. Isso porque Coppola não considerava o livro O Poderoso Chefão, de Mario Puzo, uma grande obra. “Puzo tem livros muito bonitos, mas escreveu O Poderoso Chefão pelo dinheiro”, ponderou. “Mario amava a família e queria cuidar deles, então criou a história que acreditava que seria um bestseller. Dissequei o livro com muito cuidado e deixei muitas páginas de fora, mas Mario estava super de acordo com isso”, completou.
O cineasta ainda revelou que conhecer Puzo foi uma das melhores partes de fazer o filme, e destaca a importância do autor. “É por isso que o nome dele está sobre o título. É O Poderoso Chefão de Mario Puzo, não de Francis Ford Coppola, porque ele criou a história”, apontou ele, citando outras produções suas em que os autores também ganham destaque, como Drácula, de Bram Stoker.
Cinquenta anos depois do lançamento, o diretor relembrou o friozinho na barriga que sentiu com a estreia. “Há sempre uma ansiedade quando filmes assim são lançados, por causa das primeiras críticas. Você espera que a obra se saia bem, mas não é algo que está sob o seu controle”, disse. “Mas o maior tesouro é, de longe, o teste do tempo. Quando as pessoas olham para o que você fez 50 anos depois, é um prêmio por si só.”