Documentários sobre Michael Jackson e R. Kelly são indicados ao Emmy
'Deixando Neverland' e 'Sobreviver a R. Kelly' repercutiram no começo do ano ao trazer depoimentos de pessoas que acusam os cantores de abuso sexual
A Academia de Televisão, responsável pelo Emmy, divulgou nesta terça-feira, 16, os indicados à 71ª edição da premiação. Na lista, então dois documentários que repercutiram bastante por causa dos temas que abordam: Deixando Neverland e Sobreviver a R. Kelly, que retratam, respectivamente, as denúncias de abuso sexual contra Michael Jackson e o cantor de R&B R. Kelly.
Dirigido por Dan Reed, Deixando Neverland foi indicado em cinco categorias: melhor documentário ou especial de não ficção; direção de documentário ou programa de não ficção; edição de programa de não ficção; edição de som de programa de não ficção; e mixagem de som em programa de não ficção. O documentário de quatro horas da HBO se baseia, principalmente, nos depoimentos Wade Robson e James Safechuck, dois fãs do cantor entre 1980 e 1990 e que tinham menos de 10 anos quando conheceram o astro. Há ainda depoimentos de familiares dos dois, que chegaram a ter contato com o rei do pop.
Após a estreia do documentário no Festival de Sundance, os administradores da herança de Michael Jackson se referiram à produção como um “assassinato de caráter” e alegaram não se tratar de um documentário. A família do cantor, por sua vez, chamou o diretor Dan Reed e os dois acusadores de “oportunistas”.
Já Sobreviver a R. Kelly foi indicado na categoria de melhor série informativa ou especial. A produção do canal Lifetime é dividida em seis partes e conta com o depoimento de diversas mulheres que acusam o cantor americano de R&B de abuso sexual. Também são ouvidos jornalistas que acompanharam sua carreira, especialistas em traumas e ativistas pelos direitos das mulheres. Alguns dos assuntos abordados na série são o casamento com uma adolescente de 15 anos, o vazamento de uma fita onde ele aparece, supostamente (já que foi inocentado desse caso) fazendo sexo com uma garota de 14 anos e as acusações sobre a criação de um culto sexual em sua casa, no qual ele controlaria e isolaria diversas jovens.
Na última quinta-feira 11, R. Kelly foi preso em Chicago acusado de treze crimes, incluindo posse de pornografia infantil, seduzir uma menor de idade e obstrução de justiça. Em fevereiro, ele havia sido detido após ser acusado de abuso por quatro mulheres, mas foi liberado após o pagamento de fiança.