Em editorial encomendado pelo jornal Los Angeles Times nesta quinta-feira, Dylan Farrow, filha do diretor Woody Allen com sua ex-mulher, a atriz Mia Farrow, voltou a mencionar o abuso sexual que afirma ter sofrido do pai na infância. Hoje com 32 anos, ela questionou por que o cineasta ainda não foi atingido pelas revelações de casos de assédio e abuso sexual envolvendo figurões de Hollywood.
Para Dylan, a atual “revolução” motivada pelo movimento #MeToo, que chegou a ganhar a capa da revista Time como Personalidade do Ano, tem sido seletiva. “Por que Harvey Weinstein e outras celebridades acusadas estão sendo banidas de Hollywood, enquanto Allen recentemente garantiu um contrato milionário com a Amazon?”, escreveu. “O sistema funcionou para Harvey Weinstein por décadas. E continua funcionando para Woody Allen.”
Em 2014, ela levou a público em um editorial no New York Times a alegação de que, quando tinha 7 anos, Allen levou-a para longe da vista das babás que cuidavam dela e a molestou. Ele sempre negou as acusações. À revista People, seus representantes responderam que as acusações “foram minunciosamente examinadas pelas autoridades e investigadores do bem-estar infantil. E esses investigadores concluíram claramente que Dylan Farrow não foi abusada sexualmente. Nenhuma ocorrência foi registrada e a razão é simples: Woody Allen é inocente”.
No último editorial, Dylan chama a atenção para astros e estrelas que têm se manifestado contra assediadores, mas não só mantêm o silêncio sobre seu pai como também aceitam trabalhar em seus filmes. Ela cita a atriz Kate Winslet, que falou abertamente sobre Weinstein, enaltecendo as mulheres que denunciaram seus abusos. Ao mesmo tempo, acaba de estrelar Roda Gigante, última produção de Allen, chamando-o de “um diretor incrível”.