Em nova sanção, Rússia agora é banida do popular festival Eurovision
O concurso musical mais popular do mundo divulgou comunicado em que diz que participação do país ameaçaria a credibilidade da gincana
Depois de invadir a Ucrânia e receber sanções econômicas de boa parte do mundo, a Rússia agora está banida da edição de 2022 do Eurovision, a competição musical mais popular do continente, em que artistas competem pelo título representando os países participantes – mais ou menos como uma “Eurocopa musical”. A decisão, segundo comunicado divulgado nas redes sociais do festival, “reflete a preocupação de que, à luz da crise sem precedentes na Ucrânia, a participação russa traria descrédito à competição.”
Popular no velho continente, o Eurovision registra, anualmente, uma audiência global maior do que de qualquer outro evento musical ao vivo, incluindo o intervalo do Super Bowl, o Oscar e o Grammy. Nesse ano, a atração será realizada entre 10 e 14 de maio em Turim, Itália. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia estavam listadas como participantes da semifinal, que acontece em 10 de maio.
A Rússia, que agora está impedida de competir, ainda não havia decidido quem representaria o país na competição. Já a Ucrânia se envolveu em uma polêmica política: a cantora Alina Pash, que venceu a competição nacional e seria a representante do país, se retirou do páreo depois de ser acusada de ter visitado a Crimeia ilegalmente, em 2015 (a região ucraniana é ocupada pelos russos desde 2014). “Sou cidadã da Ucrânia, sigo as leis da Ucrânia, tento levar as tradições e valores da Ucrânia para o mundo. O que essa história se tornou não tem nada a ver com o que eu coloco na minha música. Sou uma artista, não um político”, escreveu ela no Instagram. Agora, quem representará o país é o grupo Kalush Orchestra, segundo colocado na competição nacional.
Com o mote de promover uma gincana patriótica que evoque a união dos povos da Europa, o Eurovision estava sendo pressionado a banir a Rússia desde que a escalada de tensão entre os dois país se mostrou preocupante. Inicialmente, no entanto, a organização se disse apolítica, e garantiu que monitoraria a situação. No novo comunicado, eles defenderam assim a exclusão da Rússia: “Continuamos empenhados em proteger os valores de uma competição cultural que promove o intercâmbio e a compreensão internacional, aproxima o público, celebra a diversidade através da música e une a Europa num palco.”