Não é por ser uma entidade maligna que Samara não pode acompanhar as modernizações tecnológicas. A garotinha, que morreu afogada no fundo de um poço e retorna ao mundo de vez em quando para assombrar — e matar — as pessoas, volta ao cinema após doze anos tendo como arma não mais o televisor de tubo como veículo, e sim a tela de sofisticadas televisões planas, iPhones e iMacs. Convenhamos, o mínimo para um demônio do século XXI. Dirigido por F. Javier Gutiérrez, O Chamado 3 acompanha mais um ciclo de atentados de Samara e busca respostas em um campo ainda não explorado do passado da menina que foi tomada por um demônio, morreu e se tornou um ser do mal, ela própria.
A maldição continua a mesma dos filmes anteriores: qualquer um que vir o vídeo de Samara morrerá em sete dias, a não ser que faça uma cópia da gravação, mostre para outra pessoa e assim transfira para ela o fardo. No entanto, a era digital facilitou bastante a tarefa, antes feita em formato VHS. Agora, basta um CTRL + C e CTRL + V para duplicar o arquivo passá-lo adiante. Os personagens enfrentam alguns dilemas éticos para salvar a pele, mas para quem divulgou tantas correntes do Orkut juradas de morte, mais uma não faria diferença.
O título “NÃO ASSISTA” novamente não impede curiosos de verem o vídeo de Samara. Ao encontrar a fita em uma feira de antiguidades, o professor universitário Gabriel (Johnny Galecki) recruta alunos para verificar a veracidade da maldição e provar a existência de almas penadas — dentre eles, o calouro Holt (Alex Hoe). Diante da morte iminente do namorado, Julia (Matilda Lutz) assiste ao vídeo, mas se nega a condenar outra pessoa. Assim, o casal parte para a pequena Sacrament Valley em busca dos restos mortais de Samara, para queimá-los e libertar a alma da menina de uma eternidade de sofrimento, e consequentemente Julia de uma morte sobrenatural.
O Chamado 3 estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 2 de fevereiro. Relembre o que aconteceu nos filmes anteriores da trilogia:
O Chamado, 2002
A morte prematura da sobrinha apresentou a jornalista Rachel (Naomi Watts) a Samara, protagonista de um vídeo macabro que condena à morte os que assistem a ele. A princípio cética quanto à existência da maldição, Rachel começa a sentir alguns dos efeitos da gravação, como sangramentos no nariz, hematomas e distorção da face em fotografias, e mostra uma cópia da fita ao ex-marido, Noah. Ambos partem em busca de respostas no passado de Samara, e chegam ao pai adotivo da garota, que ainda vive na antiga fazenda da família.
Depois de muito investigar, eles descobrem que a menina fora afogada pela mãe de criação em um poço, pois provocava visões perturbadoras naqueles à sua volta. Antes, porém, a criança sobrevive por sete dias embaixo d’água. Quando seu corpo sucumbe, sua alma permanece em eterno sofrimento. Para salvar Samara e consequentemente a si e ao marido, Rachel precisará enterrar os restos mortais da garota.
O Chamado 2, 2005
Para fugir dos traumas do primeiro filme, Rachel muda para Oregon com o filho pequeno, Aiden. Logo nos primeiros dias como repórter do jornal The Astoria Gazette, a moça descobre que Samara Morgan está de volta e fez novas vítimas: um casal de adolescentes. Desesperada com a possibilidade de reviver os eventos do passado, a jornalista invade a casa do jovem e queima sua cópia do vídeo. A entidade do mal, no entanto, não deixa barato, e busca vingança possuindo o filho de Rachel.
Ela busca, mais uma vez, respostas no passado de Samara, e tenta desta vez a sua família biológica. De volta a Seattle, Rachel encontra Evelyn, que está em uma instituição psiquiátrica. Ela conta à jornalista que foi vítima de depressão pós-parto e tentou matar a filha quando bebê, e afirma que a única maneira de salvar Aiden é afogando-o.