Maurício Gentil, pai da jornalista Fernanda Gentil, participou do programa Encontro com Fátima Benardes na manhã desta quinta, e contou como foi o processo de descobrir e entender a reorientação sexual da filha.
“Ela me contou pelo WhatsApp à noite. Eram 23h e me mandou uma mensagem”, conta. “Não foi uma aceitação instantânea. Eu passei por um processo durante um tempo. Porque eu passo por um processo desde que a Fernanda e o Felipe nasceram, que é de aprender a ser pai. A lição mais bonita da minha vida. E eu aprendi, com vários eventos da minha vida, que uma das artes de ser pai é não colocar a nossa verdade no mundo deles, mas aceitar a verdade deles para o nosso.”
Fernanda assumiu, em 2016, um relacionamento homoafetivo com a jornalista Priscila Montandon, que recebeu elogios do sogro. “É uma pessoa maravilhosa, fácil de ser aceita. Inteligente, divertida, tem uma família excepcional. Não teve o trauma da aceitação de uma pessoa difícil. A gente diz que em dez minutos já estávamos disputando pênaltis.”
“Tenho um princípio de que as pessoas devem se amar livremente, honestamente, com respeito e carinho. Pedi à Fernanda que esperasse um pouco, queria passar por um processo de digestão da situação. Não seria hipócrita de dizer: ‘Minha filha, uhu. Sempre quis’, mas aconteceu e no meu aprendizado coloquei mais um ponto: vou aprender a ser pai hoje, amanhã e sempre”, disse.
Maurício também pontuou sobre a controversa “cura gay”. “Minha opinião é que a justiça não existe para arbitrar sentimentos e muito menos a medicina para tratá-los.”