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Filha de Woody Allen chora na TV e afirma: ‘ele mente’

Pela primeira vez em frente às câmeras, Dylan Farrow voltou a acusar o pai de tê-la molestado e falou do movimento #MeToo

Por Alex Xavier
Atualizado em 18 jan 2018, 16h14 - Publicado em 18 jan 2018, 15h44

Nesta quinta-feira, foi ao ar, no programa CBS This Morning, a entrevista com Dylan Farrow, filha adotiva da atriz Mia Farrow e do diretor Woody Allen. Ela já havia publicado uma carta aberta no The New York Times, em 2014, alegando ter sido abusada pelo pai na infância e enviou outro artigo ao Los Angeles Times, em dezembro do ano passado. Mas esta foi a primeira vez que ela comentou o caso para as câmeras de televisão.

“O que eu não entendo é como essa história de eu ter passado por uma lavagem cerebral é mais fácil de se acreditar do que eu dizer que fui abusada sexualmente pelo meu pai”, ela indaga em certo momento, comentando as alegações de que Mia a teria instruído a acusar Allen, em prol de uma suposta vingança contra o ex-marido. Em 1993, o casal se separou depois que o caso dele com Soon-Yi, outra filha adotiva dela, veio à tona. “Minha mãe apenas tem me encorajado a contar a verdade”.

Em 1992, quando tinha 7 anos, Dylan disse à mãe que Allen havia tocado suas partes íntimas, como ela relembra, bastante emocionada, no vídeo. O cineasta sempre negou as acusações e, ao jornalista Larry King na época, acusou a ex-mulher de estar colocando ideias na cabeça da filha e voltando a menina contra ele. Na entrevista apresentada esta manhã, ela fica bastante perturbada ao ver a declaração do pai. “Ele mente e está mentindo por muito tempo. E é difícil para mim vê-lo e ouvi-lo”, disse. À TV, ela afirma que, mesmo antes da primeira delação, o diretor tomava liberdades com ela, como chamá-la para o banheiro quando ele estava de cueca ou tocá-la demais.

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A jovem também falou do movimento #MeToo e sobre os atores que continuam trabalhando com o pai dela. “Com todo esse silêncio sendo quebrado por tantas pessoas corajosas contra tantas pessoas poderosas, eu senti que seria importante acrescentar minha história à causa deles porque é algo que eu guardei comigo por tempo demais”, Dylan explicou. “Eu espero, já que muitos deles têm defendido o #MeToo e o Time’s Up , que eles possam se dar conta de sua cumplicidade e de como estão perpetuando essa cultura do silêncio nessa indústria”.

“Eu tenho repetido minhas acusações por 20 anos e sido sistematicamente desprezada, ignorada ou desacreditada”, desabafou. “Se eles não conseguem dar atenção às acusações de uma sobrevivente, como vão se levantar por todos nós?”, questiona no final.

Resposta de Woody Allen – Em nota, Allen volta a negar tudo. “Quando essa alegação foi feita pela primeira vez há mais de 25 anos, foi investigada pela Child Sexual Abuse Clinic (área do Yale-New Haven Hospital especializada em casos de abuso sexual de crianças) e pelo New York State Child Welfare (responsável por investigar crimes dessa natureza)”, atestou. “Ambos fizeram por muitos meses e, de forma independente, concluíram que nenhum abuso foi sofrido. Em vez disso, eles encontraram o que parecia uma criança muito vulnerável que teria sido orientrada a contar essa história por sua mãe raivosa durante uma ação de divórcio”.

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“Moses, o irmão mais velho de Dylan já disse que testemunhou a mãe deles fazendo exatamente isso – implacavelmente orientandio Dylan, tentando incutir nela a imagem de que seu pai era um perigoso predador sexual”, Allen continua. “Parece que isso funcionou e, infelizmente, tenho certeza de que Dylan acredita no que ela diz. Mas mesmo que a família Farrow esteja cinicamente usando a oportunidade aberta pelo movimento Time’s Up para repetir esta desacreditada alegação, isso não é mais verdade agora do que era no passado. Eu nunca molestei minha filha – como todas as investigações concluíram um século atrás”.

A entrevista completa, sem legendas, está dividida em duas partes.

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