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Funcionários da Pixar acusam Disney de censurar conteúdo gay

Estúdio que afirma defender a diversidade enfrenta saia justa por projeto de lei da Flórida apelidada de 'Não diga gay', voltada para escolas

Por Amanda Capuano 10 mar 2022, 12h57
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    Placa que celebra diversidade durante marcha de 2019 (Alexander Pohl/NurPhoto/Getty Images)

    A Disney se meteu em um fogo cruzado nessa semana entre seus próprios funcionários e o governo da Flórida, que avança na aprovação de um projeto de lei que proíbe discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas primárias locais, apelidada pelos cíticos de “Don’t Say Gay” (não fale “gay”, em tradução literal). Com um discurso cada vez mais pautado pelo aumento da diversidade, a empresa foi pressionada a se opor à medida, e acabou em uma saia justa entre a própria política de inclusão e a parcela conservadora da população local.

    Nas últimas semanas, a Disney se manteve neutra enquanto o projeto transitava no congresso. Nessa segunda-feira, o CEO Bob Chapek enviou um comunicado aos funcionários dizendo que o “maior impacto” da companhia para um mundo mais inclusivo seria “através do conteúdo inspirador que criamos”. Diante disso, colaboradores da Pixar se posicionaram em uma carta aberta enviada à revista americana Variety, dizendo que enfrentam dificuldades em aprovar conteúdos que fujam do heteronormativo. Eles acusam os executivos do estúdio de exigir cortes de “quase todos os momentos de afeto abertamente gay” das produções, o que demonstraria uma hipocrisia no comunicado de Chapek.  “Mesmo que a criação de conteúdo LGBTQIA+ fosse a resposta para corrigir a legislação discriminatória no mundo, estamos sendo impedidos de criá-lo”, diz o documento.

    Até o momento, a Pixar apresentou poucos personagens LGBTQIA+ em seu catálogo. No filme de fantasia Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, de 2020, uma policial chamada Spectre tem a orientação sexual reconhecida quando diz que a filha da namorada a levou a arrancar o cabelo. Devido à cena, o filme foi proibido no Kuwait, Omã, Catar e Arábia Saudita, enquanto na versão lançada na Rússia, a palavra “namorada” foi alterada para “parceira”. No mesmo ano, a Pixar lançou o curta-metragem, Segredos Mágicos, do Disney+, sobre um homem gay que luta para se assumir para seus pais. Também levantou-se a possibilidade de que Luca seria uma espécie de alegoria LGBTQIA+, mas não há menções explícitas ao tema.

    Além da alegação de censura, a carta também exige que a empresa retire o suporte financeiro de todas as candidaturas que apoiaram o projeto de lei “Don’t Say Gay”, e “tome uma posição pública decisiva” contra a legislação e outros projetos semelhantes. Depois da pressão, o Bob Chapek afirmou aos acionistas na quarta-feira, 9, durante o encontro anual da empresa, que a Disney sempre foi contrária à legislação, mas optou por trabalhar “por trás das câmeras” para influenciar os legisladores a não aprová-a. “Nossa abordagem política, por mais bem intencionada que fosse, não funcionou”, disse na reunião virtual. Com a proposta agora nas mãos do governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, Chapek informou que encontrará o político para discutir o assunto, e se comprometeu a assinar uma petição contra a medida, além de doar 5 milhões de dólares para a proteção da comunidade LGBTQIA+.

    Seguindo a promessa de Chapek, a Human Rights Campaign anunciou que vai recusar a doação até que “ações significativas fossem tomadas para combater” a legislação. Em um comunicado, o presidente interino do HRC, Joni Madison, explicou: “As empresas tiveram e continuam a ter um grande impacto na luta pelos direitos LGBTQIA+, desde a igualdade nos direitos de casamento até a derrota do House Bill 2 na Carolina do Norte. A Disney assumiu uma postura lamentável ao optar por ficar em silêncio em meio aos ataques políticos contra famílias LGBTQ+ na Flórida – incluindo famílias empregadas pela Disney. Hoje eles deram um passo na direção certa, mas foi apenas o primeiro passo”, diz a nota.

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