Gael García Bernal rouba artefatos maias por diversão em ‘Museo’
Filme mexicano de Alonso Ruizpalacios, exibido no Festival de Berlim, traz dois jovens de classe média alta entediados com a vida
Juan (Gael García Bernal) e Benjamín (Leonardo Ortizgris) são dois amigos que não conseguem crescer. Beirando os 30 anos, não terminaram a faculdade de veterinária e ainda vivem com os pais num subúrbio de classe média alta da Cidade do México. Na noite de Natal, resolvem colocar em prática seu mal-traçado plano: roubar artefatos maias do Museu Antropológico Nacional. É essa a trama de Museo, do mexicano Alonso Ruizpalacios, exibido em sessão de imprensa hoje, dentro da competição do 68º Festival de Berlim.
O filme se inspira em fatos reais para discutir com bom humor e um pouco de aventura a importância do patrimônio histórico e cultural de um país, misturando referências audiovisuais clássicas mexicanas, como as telenovelas mal dubladas. Juan e Benjamín são personagens perdidos, sem perspectivas, apesar de suas vidas confortáveis. O roubo seria uma maneira de se destacar, de fazer algo importante e se distrair de sua vida tediosa. Gael García Bernal faz com a competência de sempre o personagem irresponsável, para desespero do pai, o Dr. Núñez (o ótimo ator chileno Alfredo Castro), e forma boa dupla com Leonardo Ortizgris, cujo Wilson é mais calmo. É um filme que não ofende, mas também só reforça a sensação de mediocridade da competição deste ano.