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John Scalzi, autor de sucesso da ficção científica: ‘Não somos profetas’

O americano, atração da Bienal do Livro de São Paulo, reforça uma nova leva de autores do gênero que tratam de dilemas da tecnologia de forma pop

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 set 2024, 08h00

Até alguns anos atrás, era tarefa quase insalubre para os pobres mortais ler um livro de ficção científica “hard” — aquela que permeia suas tramas com rigor teórico. Trabalhos de autores clássicos dessa seara, como Isaac Asimov e Arthur C. Clarke, são instrutivos e mantêm sua relevância — mas não são fáceis. Aos 55 anos, o americano John Scalzi, que estará no Brasil no próximo dia 15 para participar da Bienal do Livro de São Paulo, encabeça uma nova leva de escritores que estão mudando esse conceito: ele consegue criar livros de notável apelo popular e divertidos, mas sempre lastreados em ciência de verdade — e ancorada em temas que estão na ordem do dia hoje, como inteligência artificial, biotecnologia e cibernética. É o caso de seu novo trabalho, A Sociedade de Preservação dos Kaiju. Ambientada durante a pandemia, a obra usa de forma esperta o complexo conceito de multiverso para falar da aventura de um grupo de cientistas (sendo um deles identificado pelo pronome neutro “elu”) que descobrem como abrir o portal para um mundo paralelo povoado por Godzillas.

A Sociedade de Preservação dos Kaiju – John Scalzi
Box: Guerra do Velho – John Scalzi

A Sociedade de Preservação dos Kaiju, de John Scalzi (tradução de Samir Machado de Machado; Aleph; 302 págs.; 64,90 reais e 44,90 reais em e-book)
A Sociedade de Preservação dos Kaiju, de John Scalzi (tradução de Samir Machado de Machado; Aleph; 302 págs.; 64,90 reais e 44,90 reais em e-book) (./.)

Scalzi começou a ficar conhecido com os livros da saga A Guerra do Velho. Lançado em 2005, o primeiro volume da saga conta a história de idosos que se alistam numa frota espacial e têm suas mentes transpostas para corpos mais jovens e biologicamente adaptados para lutar batalhas intergalácticas. O livro, sucesso de vendas nos Estados Unidos, garantiu a Scalzi um contrato de 3,4 milhões de dólares e seus direitos foram comprados pela Netflix. Viagens espaciais, implantes cerebrais e a discussão sobre o que nos faz humanos embalam uma trama bem atual. “Já passou tempo suficiente para a ficção científica não repetir os temas do passado”, disse Scalzi a VEJA.

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Matéria Escura – Blake Crouch

O autor americano engrossa uma brigada de novos nomes da ficção científica. Em todos os casos, o rito de passagem vai além do mercado editorial: é o momento mágico em que suas histórias ganham a chance de ir para a tela. Outros dois americanos estão nessa onda. Martha Wells fez Alerta Vermelho, que teve os direitos comprados pela Apple TV+ e fala sobre um robô assassino. A mesma Apple adaptou o intrigante Matéria Escura, baseado no livro de Blake Crouch, que se notabilizou por thrillers em que a tecnologia desempenha papel central. A sci-fi asiática ganha força nesse nicho. A adaptação da Netflix para O Problema dos Três Corpos, do chinês Liu Cixin, bateu recordes de audiência misturando a revolução cultural de Mao Tsé-tung com aliens. Já o romance Contrapeso, de Djuna, expoente da literatura coreana, passa pelo turismo espacial e pela cultura corporativa de seu país. Além dos temas afins, esses autores veem com leveza a tarefa de entreter com ciência. “Não somos profetas. Se soubéssemos o que aconteceria no futuro, estaríamos no mercado de ações”, brinca Scalzi. Ao menos no mundo da fantasia, ele está em viés de alta.

Publicado em VEJA de 6 de setembro de 2024, edição nº 2909

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