O julgamento do processo que Johnny Depp move contra a ex-esposa Amber Heard começou nessa terça-feira, 12, em Virgínia, com muita tensão e troca de acusações por parte dos advogados do casal. Na primeira sessão, os defensores de Depp acusaram Heard de fabricar denúncias de violência doméstica para promover a própria carreira. Os advogados dela, por sua vez, defende que Depp é um “ex-marido obcecado por vingança” determinado a destruí-la.
O ex-casal se enfrenta nos tribunais em um processo milionário movido pelo ator, que acusa a ex-esposa de difamação e pede 50 milhões de dólares (235 milhões de reais, na cotação atual) em reparação. Depp alega que Heard o difamou em um editorial escrito em 2018 para o jornal americano The Washington Post, no qual ela relata ter sofrido abuso doméstico enquanto era casada com o ator. O texto não menciona diretamente o nome dele, mas, de acordo com documentos judiciais, ele afirma que a publicação era “claramente” sobre o casamento, e que foi responsável por “devastar” sua reputação e carreira.
Durante a sessão de hoje, os advogados de Depp, Ben Chew e Camille Vasquez, apontaram que o artigo do Washington Post foi publicado pouco antes do lançamento de Aquaman, estrelado por Amber. “Ela se apresentou como o rosto do movimento #MeToo, a representante virtuosa de mulheres inocentes em todo o país e no mundo que realmente sofreram abuso. As evidências mostrarão que isso era uma mentira”, acusa Vasquez. Amber, por sua vez, entrou com uma contra-acusação de 100 milhões de dólares contra Depp, alegando que seu advogado a difamou ao acusá-la de fabricar uma farsa.
O julgamento ainda entrará em detalhes sobre abuso de drogas e violência doméstica, mas o advogado de Amber pediu que os jurados se atenham ao texto de Amber. “O artigo não é sobre Johnny Depp, é sobre a mudança social que ela defende”, argumenta. Amber acusa Depp de vários casos de agressão, incluindo chutes, socos e até tentativas de sufocamento ao agarrá-la pelo pescoço e lançá-la contra a parede. No discurso de abertura, a advogada Elaine Bredehoft, repassou as alegações de Amber em detalhes, incluindo uma ocasião em que Depp, supostamente, teria lhe agredido sexualmente com uma garrafa de bebida.
Os advogados de Amber argumentam que o editorial do Washington Post foi uma tentativa da atriz de seguir em frente e, ao processá-la, Depp se recusa a deixá-la. “Durante anos, tudo o que Depp queria fazer era humilhar Amber, assombrá-la, arruinar sua carreira”, argumentou Rottenborn. Em 2020, o ator perdeu um processo semelhante contra o jornal The Sun, processado por chamá-lo de “espancador de esposas” em uma machete. Na época, o juiz considerou que as alegações de Heard eram “substancialmente verdadeiras” e que, portanto, o jornal não o difamou com a descrição.