Justiça suíça arquiva acusações de estupro contra Roman Polanski
Abuso teria acontecido em 1972, quando a vítima tinha 15 anos. Promotoria afirma que caso prescreveu
A Justiça suíça declarou prescritas, nesta quarta-feira, as acusações de estupro apresentadas no final de setembro contra o cineasta Roman Polanski por uma ex-atriz que tinha 15 anos na época dos acontecimentos, em 1972. “Na medida em que os fatos ocorreram há 45 anos, a prescrição penal – que era de no máximo 15 anos segundo o código da época – ocorreu o mais tardar em 1987”, de modo que as acusações perderam a validade, afirmou em um comunicado a procuradoria do Cantão de Berna que analisava a denúncia.
“Em aplicação do princípio de não retroatividade do direito penal, um ato deve ser julgado segundo o direito em vigor no momento em que foi cometido. Em ausência de exceção a esse princípio, isso também se aplica aos prazos de prescrição”, detalhou a procuradoria.
A mulher que acusa o diretor, Renate Langer, tem atualmente 61 anos. Ex-atriz e modelo, nascida em Munique, Langer apresentou sua denúncia em 26 de setembro ante a polícia suíça, assegurando que foi estuprada pelo cineasta franco-polonês na estação alpina de Gstaad, quando tinha 15 anos.
Langer é a quarta mulher a acusar Polanski, de 84 anos, de agressão sexual. Em 1977, o cineasta reconheceu que tinha mantido relações sexuais ilegais com Samantha Geimer, de 13 anos. Um juiz aceitou, em troca da admissão dos fatos, descartar outras acusações mais graves. Mas Polanski temia que o juiz desfizesse sua promessa e o mandasse à prisão, e fugiu para a França.
Ganhador de um Oscar por O Pianista e casado com a atriz francesa Emmanuelle Seigner, com a qual teve dois filhos, Polanski nunca voltou aos Estados Unidos.
Em 2010, a atriz britânica Charlotte Lewis declarou que o cineasta a estuprou quando ela tinha 16 anos, e outra mulher, identificada como Robin, também o acusou de ter abusado dela, quando ela tinha 16 anos.