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Lelelê de Jon Snow e Daenerys é das piores cenas de sexo de ‘GoT’

Conhecida pelo cheiro de sangue e pela voltagem sexual, 'Game of Thrones' deixou a desejar em episódio cheio de DRs

Por Cláudio Goldberg Rabin
Atualizado em 28 ago 2017, 12h24 - Publicado em 28 ago 2017, 12h04

Se o último episódio de Game of Thrones fosse dirigido por Glauber Rocha, ele começaria com uma horda de zumbis em torno de um dragão, cantarolando “O dragão virou zumbi, zumbi virou dragão”. Tudo feito em um grande plano sequência, de tom ritualístico e uns bons dez minutos de duração. Não seria má ideia e talvez ajudasse a responder à pergunta que ficou sem resposta: o bicho soprava fogo ou gelo? O que pareceu mesmo, pela parte final do último episódio dessa sétima temporada de Game of Thrones, exibida em todo o mundo na noite deste domingo, é que ele soltava um tipo de raio à moda Godzilla.

O episódio começou bem melhor do que acabou: com o exército de eunucos e selvagens de Daenerys (Emilia Clarke) às portas de King’s Landing e com grandes frotas de barcos. Havia a sensação de que algo poderia acontecer a qualquer momento na reunião de inimigos jurados de morte. O Cão (Rory McCann) foi uma graça à parte: o reencontro dele com Brienne (Gwendoline Christie) e com o irmão morto-vivo foram emocionantes.

Mais tensão surgiu da expectativa sobre o que Cersei (Lena Headey) poderia estar tramando. Logo se soube que boatos sobre a falsa gravidez da rainha não passavam mesmo de boatos: Cersei está realmente esperando um filho. Mas também está mais isolada, pois perdeu a cumplicidade do irmão e amante, aparentemente redimido. Ok, ela finalmente entendeu que os zumbis existem, mas, mesmo assim, decepcionou: o que os espectadores esperam da rainha é frieza, crueldade e poder, o que ela não demonstrou. Quando Cersei entrou na reunião marcada com Daenerys e Jon Snow (Kit Harington), os inimigos com quem selou uma trégua para combater os zumbis, poderia ter tocado até a marcha imperial, a trilha sonora preferida de Darth Vader. No final das contas, porém, a rainha se mostrou mais dócil do que de costume, e não mandou matar ninguém.

O que mais? Sim, na conferência de Potsdam do mundo da fantasia, Jon Snow (Kit Harington) quase pôs tudo a perder, porque ele nunca mente, nunca faz nada de errado e é puro e justo por demais. Em resumo, um personagem chato. Mas Tyrion (Peter Dinklage) encarou a morte, foi até a irmã, teve uma verdadeira DR (discussão de relacionamento) com ela e, aparentemente, deu um jeito no problema diplomático. Em tempo: como pode o anão não ter visitado nenhum bordel da cidade?

Aqui, vamos abrir um parêntese para comemorar a morte de Mindinho (Aidan Gillen). Finalmente, Sansa (Sophie Turner) mostrou que não era Sonsa e demonstrou alguma espirituosidade ao fingir que julgaria a irmã e humilhar o canalha que a colocou nas mãos de Ramsay (Iwan Rheon). Mas talvez tenha sido uma morte rápida demais: depois de todas as tretas que ele começou, talvez merecesse sofrer um pouco mais. Fecha parênteses.

Voltando à questão de Jon <3 Dani. Depois de ela repetir pela 14ª vez que não pode ter filhos, ficou claro que vai, sim, engravidar. Bran (Isaac Hempstead Wright), que poderia ser mais humilde, enfim revelou com clareza que o bastardo não é bastardo coisa nenhuma: ele é todo sangue nobre, filho de uma Stark com um Targaryen. Essa explicação se deu no exato momento em que Jon batia na porta de Dani na calada da noite. Há um reforço narrativo de que um tabu está sendo quebrado, já que Dani está transando com o sobrinho — aliás, em uma das piores cenas de sexo da série. Em algum momento da próxima temporada, isso será revelado aos dois, mas o que vai ocorrer depois disso vai depender da luta contra os zumbis. Podem apostar: a loira platinada deve gerar um herdeiro.

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O episódio como um todo foi morno. Como tem sido recorrente, a série tem alternado episódios quentes e frios. Um jorra mais sangue, outro tem mais discussões de relacionamento que reduzem o ritmo desenfreado de sangue e de mortes.

O futuro de Game of Thrones é o conflito com os zumbis gelados. A estratégia de traição de Cersei, que deve levar uma tropa de mercenários para encurralar as tropas do Norte e a musa dos dragões, Daenerys, durante ou depois da batalha com os mortos-vivos, ficou evidente, mas vai depender das muitas lutas de batalhas futuras. E ninguém confia na rainha má, então algum plano deve ser bolado para tentar contê-la. E talvez só em 2019, prazo máximo para a estreia da derradeira temporada da série, seja respondida a grande pergunta: era fogo ou gelo?

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