Mercado livreiro se adapta à pandemia e vendas crescem 38%
Levantamento feito pela Snel e Nielsen Book revela que, em março de 2021, foram vendidos um milhão de livros a mais que no mesmo período de 2020
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel) e pela Nielsen Book revela que, em março deste ano, houve um impulso de 38,38% nas vendas de livros em relação ao mesmo período de 2020. Em números absolutos, isso significa que foram vendidos cerca de 1 milhão de livros a mais entre um ano e outro: enquanto o mês passado contabilizou 3,91 milhões de cópias vendidas, março de 2020 somou 2,82 milhões.
No que diz respeito ao faturamento, o mercado editorial totalizou 165 milhões de reais em março deste ano contra 128 milhões de reais do ano passado – um aumento de 28,46%. O preço médio do livro, por outro lado, teve queda de 7% (foi de 45,56 reais para 42,29 reais), muito provavelmente em virtude de ações promocionais relacionados à Semana do Consumidor, que acontece sempre na segunda quinzena de março.
Vale lembrar que foi nesta mesma quinzena de 2020 que a pandemia fechou as portas de lojas físicas no país – e que, neste ano, o pico no número de mortes e contágios resultou em um novo fechamento de comércios varejistas. O crescimento sugere que a recuperação do mercado se sustenta pelos e-commerces, braços virtuais de venda de livrarias, megastores e empresas como Amazon e Magazine Luiza. Exemplo de como o setor editorial vem se reerguendo é a abertura de mais 56 novas lojas de 2020 para cá.
Essa é a primeira pesquisa que analisa os efeitos da pandemia sobre a venda de livros. Apesar dos bons resultados, Ismael Borges, gestor da Bookscan, divisão da Nielsen Book, ressalta: “Devemos comemorar o pujante crescimento mostrado com olhar cuidadoso, levando em conta que esse período e os próximos serão comparados a uma base anterior, que representou o pior momento da crise.”