Mergulho no mundo viking foi ‘profundo’, diz diretor de ‘O Homem do Norte’
O diretor Robert Eggers, uma das maiores revelações do cinema americano na última década, falou a VEJA sobre o filme
Como foi seu mergulho no mundo viking? Foi muito profundo. Trabalhamos com os melhores historiadores e com pessoas do mundo da arqueologia experimental, que se tornam vikings nos fins de semana para descobrir se as teorias sobre esses povos funcionam ou não. Eles estavam animados para trabalhar neste filme por muitas razões — sendo uma delas o fato de que tínhamos mais dinheiro que o mundo acadêmico e pudemos pôr em prática coisas em que eles pensaram a vida toda.
Seus filmes falam de épocas em que o sobrenatural e a realidade ainda não se separaram. Por que isso o atrai? Provavelmente é porque eu cresci em um mundo muito secularizado, no qual você tem de trabalhar duro para buscar o sublime. Um mundo como o de A Bruxa ou O Homem do Norte, em que cada parte da vida está imbuída de outra dimensão e outro significado, é mais atraente para mim.
Como se decidiu por Alexander Skarsgard para o papel de Amleth? Num encontro, ele disse que queria fazer um filme de vikings. E, claro, quem mais poderia transformar seu corpo dessa maneira? Alex não se parece com Amleth em nada na personalidade, e a transformação mental que sofre na tela é incrível.
Acha que o público em geral vai se render à experiência de O Homem do Norte? Preciso desesperadamente que sim, porque este filme foi muito caro e vai ser um problema para a minha carreira se ele não for bem. Então, sabe como é, estou rezando para Odin.
Publicado em VEJA de 18 de maio de 2022, edição nº 2789