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‘Midnights’: Taylor Swift volta ao pop e expõe inseguranças em novo álbum

Novo disco da cantora é repleto de músicas que dissecam o peso da autossabotagem e da fama nos relacionamentos fadados ao escrutínio público

Por Amanda Capuano Atualizado em 21 out 2022, 13h04 - Publicado em 21 out 2022, 12h18

“Sou eu, olá, eu sou o problema”, é com essa confissão que Taylor Swift introduz o refrão de Anti-Hero, primeiro single de seu décimo álbum de estúdio, Midnights, lançado na madrugada desta sexta-feira, 21, nas plataformas digitais. Com uma letra direta e uma batida contagiante, a música, que já tem um clipe, marca o retorno da cantora ao pop após as explorações alternativas de folklore e evermore, seus dois discos anteriores com pegada folk. Midnights, sobretudo, dita o tom de uma viagem mais profunda da cantora: em uma autorreflexão sincera e biográfica, Taylor mergulha sem medo em suas inseguranças. Mesmo sendo uma mulher bem-sucedida, ou talvez justamente por isso, ela se revela atormentada pela necessidade de aprovação e pelo medo de conduzir seus relacionamentos ao fracasso.

Produzido pelo colega de longa data Jack Antonoff, também por trás de nomes como Lana Del Rey (que faz uma participação tímida em Snow on The Beach) e Lorde, o disco, com 13 músicas na versão oficial, e 20 na estendida, entrega uma espécie de pop celestial, com toques eletrônicos de sintetizadores e sussurros confessionais de quem sabe o peso abraçado por aqueles que aceitam entrar em um relacionamento fadado ao escrutínio público. Escrito na madrugada, durante as noites de insônia, o álbum é o retrato de uma série de pensamentos intrusivos que atormentam as mentes inquietas na segurança do silêncio noturno, e que se evita repetir em voz alta por medo de julgamentos — das fantasias de vingança em Vigilant Shit ao plano mirabolante para ser amada traçado em Mastermind. “É uma colagem de intensidade, altos e baixos e fluxos e refluxos”, descreveu ela.

Há mais de cinco anos namorando com o ator inglês Joe Alwyn, Taylor, assim como em Lover, aparece apaixonada, mas abandona o idealismo exagerado do início do relacionamento sendo particularmente dura consigo mesmo. “Ele queria conforto, eu queria aquela dor. Ele queria uma noiva, eu estava fazendo meu próprio nome”, canta na balada melancólica Midnight Rain. “Você sabe que tenho muito medo de elevadores. Nunca confio quando sobem rápido demais. Não pode durar”, entoa na quase etérea Labyrinth, em que confessa o medo de estar se apaixonando enquanto prevê tudo o que pode dar errado, antes de se refugiar na segurança de Sweet Nothing. “Lá fora eles estão pressionando e forçando. Você está na cozinha cantarolando. Tudo o que você sempre quis de mim foi nada”, declama ao amado.

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Vale lembrar que este é o quarto álbum inédito lançado por Taylor desde agosto de 2019, a pouco mais de três anos. Depois do pop meloso de Lover, ela explorou seus medos e amores nos alternativos folklore e evermore, escritos e lançados durante a pandemia. Nesse meio tempo, ainda encontrou fôlego para regravar álbuns anteriores, para ser dona das obras, até então pertencentes à ex-gravadora. Isso, aliado ao sucesso dos últimos discos, incluindo um álbum do ano no Grammy para o folklore, fez com que muitos acreditassem que um próximo álbum demoraria a surgir.  Não foi o caso. Além das músicas novas, Taylor ainda anunciou que Midnights é um disco visual, e liberou um trailer dos vídeos gravados para ilustrar a obra. A julgar pela produtividade exacerbada da moça, sempre haverá demônios para expurgar nas noites em claro.

Confira o clipe de Anti-Hero:

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