Morre Cleonice Berardinelli, aos 106 anos, acadêmica mais longeva da ABL
Carioca foi uma das maiores especialistas do mundo em literatura portuguesa e na obra de Fernando Pessoa
A escritora Cleonice Berardinelli morreu nesta terça-feira, 31, aos 106 anos, divulgou a Academia Brasileira de Letras, instituição da qual a autora era ocupante da cadeira número 8, desde 2009. Especialista em literatura portuguesa, Cleonice era a acadêmica mais longeva da ABL. Ela morreu de insuficiência respiratória. O velório acontece nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, no Petit Trianon, sede da Academia no Rio.
Nascida no Rio de Janeiro, em 1916, batizada de Cleonice Serôa da Motta Berardinelli, a autora estudou Letras Neolatinas na Universidade de São Paulo (USP) e se especializou em Literatura Portuguesa. Atuou como professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Puc-Rio. Considerada uma das mais importantes especialistas na área, especialmente na obra de Fernando Pessoa, Cleonice deu cursos também nos Estados Unidos e em Portugal.
São dela livros como Antologia do Teatro de Gil Vicente (1971), Fernando Pessoa: Obras em Prosa (1975) e Sonetos de Camões (1980). Participou do documentário O Vento Lá Fora, no qual entoa poemas de Pessoa ao lado de Maria Bethânia, e teve sua vida contada pelo filme Cleo, de 2020.