A escritora britânica Hilary Mantel, conhecida pela aclamada trilogia de ficção histórica Wolf Hall, morreu nessa quinta-feira, 22, aos 70 anos. A informação foi confirmada pelo sua editora, a 4th Estate Books, em um comunicado publicado nas redes sociais. “A Dama Hilary Mantel morreu ontem, de repente, mas em paz, cercada por familiares e amigos”, informa a nota, sem revelar a causa da morte.
Um dos nomes mais relevantes da literatura inglesa contemporânea, Hilary ganhou notoriedade com a trilogia The Wolf Hall, que lhe rendeu dois prêmios Man Booker Prize, pela obra inaugural e sua sequência, Tragam os Corpos. A trama histórica se passa no início do século XVI, e acompanha a ascensão de Thomas Cromwell, advogado e 1º conde de Essex, que assumiu o posto de Primeiro-ministro no reinado de Henrique VIII. O livro que encerra a trilogia, The Wolf Hall, The Mirror & the Light, foi publicado em 2020 e também recebido positivamente pela crítica.
“Sua sagacidade, ousadia estilística, ambição criativa e visão histórica fenomenal a marcam como uma das maiores romancistas do nosso tempo”, escreveu o agente literário Bill Hamilton. “Hilary redefiniu os padrões históricos através da maneira como ela reimaginou o homem”, descreveu Diarmaid MacCulloch, biógrafa de Thomas Cromwell. “Ela parecia saber de tudo. Por muito tempo, foi admirada pela crítica, mas a trilogia The Wolf Hall deu a ela o vasto público que merecia”, analisou o editor Nicholas Pearson.
https://twitter.com/4thEstateBooks/status/1573254617990938626
Traduzida para 41 idiomas e com mais de 5 milhões de cópias vendidas no mundo, a história foi adaptada para as telas em 2015, e também já ganhou montagem nos palcos. O terceiro livro está em processo de adaptação pela BBC, com Peter Straughan e Peter Kosminsky à frente do projeto.
Nascida em Glossop, Derbyshire, em 6 de julho de 1952, Hilary estudou Direito na London School of Economics e na Universidade de Sheffield. Antes de se dedicar exclusivamente à escrita, trabalhava como assistente social e morou em Botsuana e Arábia Saudita. Retornou ao Reino Unido em meados da década de 1980.