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Novo jogo de ‘Harry Potter’ alfineta polêmicas de J.K. Rowling

'Hogwarts Legacy' contará com personagem transexual, classe atacada pela autora da saga com certa frequência

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 fev 2023, 15h00
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  • O jogo de videogame Hogwarts Legacy, baseado no mesmo universo da franquia Harry Potter, será lançado na próxima sexta-feira, 10, e já tem causado certa polêmica. Na contramão da autora J.K. Rowling, criadora da história original e acusada de transfobia, por tecer comentários controversos sobre identidade de gênero, o game terá uma personagem transexual — a primeira da franquia. Do estilo RPG (role-playing game), em que os jogadores assumem papéis de personagens e criam narrativas junto a outros, Hogwarts Legacy é ambientado no ano de 1800 e apresenta Sirona Ryan, a proprietária do pub Three Broomsticks (Três Vassouras), na vila de Hogsmeade, local citado nos sete livros de HP.

    Ao chegar ao pub, o jogador interage com Sirona, uma antiga estudante de Hogwarts, para pegar informações de um globin chamado Logdok. A personagem, então, explica que conheceu Logdok na época da escola e que o globin foi o primeiro a perceber que ela era, na verdade, uma bruxa, e não um bruxo. O diálogo dá a entender que a personagem é transgênero. “Não o via há anos, até que ele apareceu alguns meses atrás. Mas, ele me reconheceu instantaneamente. O que é mais do que posso dizer de alguns de meus colegas de classe. Eles levaram mais tempo para perceber que eu era realmente uma bruxa, não um bruxo”, diz Sirona.

    No passado, J.K. Rowling criticou uma matéria que tinha no seu título a expressão “pessoas que menstruam”, que engloba homens trans (mulheres que fizeram a transição para o gênero oposto). A escritora defendeu que não se pode negar o sexo biológico, com um discurso que irritou a classe LGBTQIA+. “Se gênero não é real, não existe atração entre pessoas do mesmo sexo. Se gênero não é real, a realidade vivida por mulheres ao redor do mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de gênero remove a habilidade de muitos discutirem suas vidas de forma significativa. Não é ódio dizer a verdade”, escreveu ela no Twitter. Desde então, a autora é acusada de ser transfóbica por também partilhar de ideias do feminismo radical, que exclui mulheres trans, o que a levou a ser “cancelada” nas redes. 

    Por enquanto, os desenvolvedores do jogo não confirmaram a informação de que a personagem de fato é trans, mas no site do jogo, a Avalanche Software e o selo Portkey Games, da Warner Bros. Games, fazem questão de desvincular o game da imagem da autora. “J.K. Rowling não está envolvida na criação do jogo. Enquanto permanecem fiéis à visão original da autora, os desenvolvedores da Portkey Games traçam um novo território criando novas maneiras para os fãs mergulharem no mundo mágico”, afirma o site oficial de Hogwarts Legacy. O jogo será lançado em 10 de fevereiro para PlayStation 5, Xbox Series X|S e computador. As versões para PS4 e Xbox One chegam em 4 de abril, e em 25 de julho para Nintendo Switch.

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