Números de Beyoncé e Kanye West podem ter sido inflados no Tidal, de Jay-Z
Manipulação dos dados teria possibilitado aos dois embolsar royalties excessivos, segundo o jornal de negócios norueguês 'Dagens Naeringsliv'
As estatísticas de Beyoncé e de Kanye West na plataforma de streaming Tidal, lançada pelo empresário e músico Jay-Z, que é casado com a cantora e amigo do rapper, teriam sido manipuladas, permitindo aos dois artistas americanos embolsar royalties excessivos — afirmou um jornal norueguês nesta quarta-feira.
Segundo o jornal de negócios Dagens Naeringsliv (DN), o número de acessos aos álbuns The Life of Pablo, de Kanye West, e Lemonade, de Beyoncé, ambos com pré-lançamento no Tidal em 2016, foi inflado por manipulação dos registros dos usuários. Apoiando-se no Centro de Cibersegurança e de Segurança da Informação (CCIS), o DN fala em mais de 320 milhões de leituras falsificadas de títulos dos dois álbuns em curtos períodos, uma manipulação que teria afetado mais de 1,7 milhão de usuários.
Casado com Beyoncé, Jay-Z é um ex-parceiro de Kanye West. Por meio de sua holding Project Panther, o rapper americano comprou o Tidal, que tem sua origem e mantém suas atividades na Noruega, por 56 milhões de dólares em março de 2015.
As revelações do DN significariam que Kanye West e Beyoncé, assim como suas produtoras, abocanharam uma parte indevidamente alta dos royalties redistribuídos pelo Tidal, em detrimento de outros artistas que também estão nessa plataforma de música online.
Se confirmado, é um procedimento constrangedor para uma plataforma que prometeu reverter sua receita de forma mais generosa do que seus concorrentes, como Spotify, Apple Music e Deezer.
De acordo com o advogado americano Jordan Siev, citado pelo DN, o Tidal nega qualquer manipulação, afirmando que os dados foram roubados e que as informações publicadas pelo jornal estão equivocadas.